quinta-feira, 7 de julho de 2016

(Igreja) Capela Medalha Milagrosa

França
Capela Medalha Milagrosa N. Senhoras das graças
A Capela da Medalha Milagrosa (Chapelle Notre-Dame de la Médaille Miraculeuse), situada na rue du Bac, é o lugar onde, segundo os católicos, ocorreu a aparição de Nossa Senhora das Graças. É uma das igrejas mais visitadas de Paris, principalmente pelos brasileiros. É até difícil tirar fotos boas de tanta gente que tem lá, então, já peço desculpas pelas fotos deste post.
medalha milagrosa
A história da capela começa em 1813, quando o governo dá o hôtel Châtillon, um palacete aristocrático, para as irmãs da ordem das “Filles de la Charité”. O lugar passa a ser a sede da congregação, fundada por São Vicente de Paula e por Luisa de Marillac (Louise de Marillac).




medalha milagrosa
Logo em seguida, começa a construção da capela, que termina em 1815 e é dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Após as aparições de 1830, o convento recebe uma onda de noviças e tem que ser ampliado. Em 1849, a capela é reformada e nos anos seguintes sofre outras modificações. No centenário das aparições, em 1930, a igreja é quase totalmente modificada e adquire a aparência que vemos hoje.
medalha milagrosa



O órgão da igreja – estes dois quadros – São José e Santa Ana – estão na capela desde 1815

As aparições
Segundo fontes da época, relatos da própria vidente e documentos da Igreja Católica, Catherine de Labouré (Catarina) viu Maria por três vezes, em julho, novembro e dezembro de 1830. A jovem francesa, vinda da Borgonha, havia chegado ao convento naquele mesmo ano e era devota de São Vicente

medalha milagrosa

Dizem que meses antes de ver Nossa Senhora, a moça teria visto o coração de São Vicente por três vezes. Em uma noite, rezando antes de dormir, teria pedido ao santo para ver a mãe de Jesus. Mais tarde, na mesma madrugada, teria sido acordada por um anjo, que lhe dizia que Maria a estava esperando.

medalha milagrosa
A história da santa contada nos muros externos da capela
Assim, foi a primeira das três aparições que Catarina teve. Em uma das visões, Nossa Senhora aparece soltando raios de luz das mãos, dizendo que gostaria que fosse feita uma medalha com aquela aparência e que todos que a usassem receberiam as graças, simbolizadas pelos raios.
Ainda segundo os relatos, Catarina teria falado com o padre responsável pelo convento para fazer as medalhinhas, mas ele não acreditou no relato da noviça. Então, no começo do ano seguinte, ao terminar o período de formação, a jovem foi transferida para o asilo de Reuilly (Hospice d’Enghien-Reuilly), onde devia cuidar dos pobres e doentes da região. O lugar onde ficava o abrigo, que hoje faz parte do 12e arrondissement de Paris (perto da Gare de Lyon), era situado fora da cidade e famoso pela pobreza.
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No começo de 1832, começa uma epidemia de cólera que vai deixar mais de 20 mil mortos. Catarina, então, consegue convencer o padre a fazer as medalhas. Em junho do mesmo ano, as freiras começam a distribuir as medalhas. Dizem que as curas e conversões aumentam. Em 1835, já são mais de um milhão de medalhas espalhadas pelo mundo.
Estátua de São VIcente de Paula e atrás algumas placas deixadas pelos fiéis
Catarina morre em 1876, aos 70 anos, no mesmo local onde trabalhara por 46 anos (o hospice de Reuilly). Somente às vésperas da sua morte é que as outras noviças descobrem que foi ela que viu Nossa Senhora. Ela foi canonizada em 1947.
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Mais placas dos fiéis
Algumas curiosidades da capela – para quem está de frente ao altar, vamos começar da direita para a esquerda
O altar das aparições – Foi o altar principal da capela de 1815 a 1856. Quando foi construído o altar principal que vemos hoje, ele foi transferido para a lateral. É chamado de altar das aparições porque teria sido o altar mostrado pela Virgem como o lugar de onde as graças seriam dadas às pessoas que as pedissem. É em mármore decorado com pedras preciosas.
A imagem de São Vicente e o relicário, dourado
É nesse altar que hoje está a cadeira que teria sido usada por Nossa Senhora na primeira aparição. É ali que está também o relicário com o coração de São Vicente. Aliás, esse coração viajou. Durante a Revolução, ficou na catedral de Turim, depois, em 1805, ficou na de Lyon e só foi para a Capela em 1947. No altar, há, ainda, a imagem de são Vicente, feita em 1930 e um mosaico que envolve o santo e completa a cena.
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A cadeira
O altar do corpo de Santa Catarina – Em 1880, é erguido um altar no lugar onde Nossa Senhora teria ficado na segunda aparição, em 27 de novembro de 1830. Há uma imagem de Maria segurando um globo nas mãos, que foi a visão de Catarina nessa aparição. Ela é de 1930, obra de Real Del Sante, e realizada em mármore de Carrara. Em 1933, é realizada a exumação do corpo de Catarina, que estava na capela de Reuilly, e ele é, então, transferido para a Capela da Medalha. A frente do altar é recuada para ser o fundo do relicário.

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Aliás, quando exumaram o corpo da santa, ele estava intacto. Segundo os relatos, até mesmo os olhos de Catarina, de uma cor cinza-azulada, estavam inteiros. Ciência ou fé, o fato é que ele está lá, bem visível. O difícil é tirar foto, pois as pessoas ficam ajoelhadas bem em frente.



O corpo de Catarina Labouré

O altar principal – Realizado em 1856 pelo escultor Maldiney. Ele foi realizado a partir de um dos dois blocos de mármore que o governo deu para a congregação em 1850. É decorado com esculturas douradas e medalhões.

O segundo bloco de mármore foi usado para realizar a imagem que está nesse altar: Nossa Senhora está em cima do globo, pisando numa serpente. De suas mãos saem raios e ela é coroada por doze estrelas, que simbolizam os apóstolos. Essa imagem foi descrita por Catarina em suas memórias. A escultura foi realizada também por Maldiney. Nesse altar, está o único elemento no mesmo lugar desde 1815: o sacrário. Ele é em prata dourada e tem a forma de um templo grego.
A estátua de São José – Data de 1914. Na época das aparições, havia um quadro de Santa Ana (hoje, é um dos quadros ao lado do órgão) e embaixo desse quadro, ficava a cadeira onde Maria se sentou na primeira aparição.
Na parte esquerda da capela estão as relíquias de Santa Luisa de Marillac, uma das fundadoras da ordem das Filles de la Charité. O relicário é em bronze dourado e guarda uma imagem do corpo da santa em cera. O mosaico, de 1934, mostra um evento da vida da Luisa, segundo o qual ela teria sido iluminada pelo Espírito Santo em uma noite de 1623.
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O afresco principal – Na reforma de 1930, a elevação e o aumento da nave principal da igreja formaram um espaço grande no arco da abóboda. Então, recorreram a um jovem artista da escola de Belas-Artes de Paris, chamado André Mériel Bussy. Ele fez, então, uma pintura em azul claro, para combinar com os mosaicos recém-criados da capela, representando a primeira aparição de 1830: A Virgem, aclamada pelos anjos, apresenta a Catarina sua missão.
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No lado direito da capela, a Via-Sacra é representada em mármore de Carrara. Na parede esquerda, medalhões lembram dois episódios vividos pelas freiras durante a Revolução Francesa: no primeiro, quatro religiosas são levadas para a guilhotina. No segundo, duas irmãs se preparam para serem fuziladas.
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Indo para o fuzilamento

Bom, esse é o meu presente de Natal a todos os meus leitores. Tentei usar o máximo de jornalismo possível e não cair em questões pessoais de fé. Apesar de não frequentar nenhuma igreja, minha formação é católica. Então, sempre que preciso de paz, vou até a Capela da Medalha Milagrosa e fico lá, quietinha. Independente da religião, é muito bonito ver a fé das pessoas. Por isso, não deixa de ser uma visita interessante.

medalha milagrosa
140, rue do Bac
75007 – Paris
Horários: Todos os dias, das 7h45 às 13h e das 14h30 às 19h
Terças-feiras: sem interrupções
Todos os anos, no mês de janeiro, a capela fica fechada durante 3 semanas, a partir das 19 horas do primeiro domingo do mês.
Metrô: Sèvres-Babylone, linhas 10 e 12.
medalha milagrosa

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