quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Santo Hospício - 21 de maio

Santo Hospício, Confessor - 21 de maio

França, séc. VI



Viveu na região de Nice, no sul da França, numa velha torre, praticando jejuns e penitências. Recebeu de Deus o dom dos milagres e o de profetizar.Segundo o Martirológio Romano, predisse a invasão dos lombardos e, depois de esta se ter realizado, esforçou-se para converter os invasores.



Manuel G. Gonzáles e Adílio Daronch 
Bem-aventurados 1877-1924

Padre Manuel Gomes Gonzalez nasceu em 29 de maio de 1877, em São José de Riberteme, Província de Fontevedra - Espanha. Foi ordenado sacerdote em 24 de maio de 1902 em Tuy.
 
Em 1913, com grande espírito missionário e abertura de coração veio ao Brasil. Foi nomeado pároco da Igreja Nossa Senhora da Luz, em Nonoai, no Rio Grande do Sul.
A 23 de janeiro de 1914, recebia a paróquia de Nossa Senhora da Soledade. Em 7 de dezembro de 1915, o bispo de Santa Maria - RS, Dom Miguel de Lima Valverde, nomeou Padre Manuel primeiro pároco da igreja Nossa Senhora da Luz, em Nonoai.
Iniciando assim seu trabalho pastoral: organizou o Apostolado da Oração, a Catequese paroquial, o combate ao analfabetismo. Lutando com muitas dificuldades econômicas, reformou a igreja matriz.
 
Na páscoa de 1924, Padre Manuel recebeu carta do Bispo de Santa Maria, pedindo que fosse ao Regimento do Alto Uruguai, fazer a páscoa dos Militares e depois fosse até a colônia Três Passos, para atender aos colonos de origem alemã, que estavam esperando missa, batizados e a bênção do cemitério. Padre Manuel convidou o seu coroinha Adílio Daronch que o acompanhasse num longo itinerário pastoral, a serviço da Paróquia de Palmeira das Missões.

 
Adílio Daronch nasceu em Dona Francisca (RS), em 1908, filho de Pedro Daroch e Judite Segabinazzi, imigrantes italianos vindo da Itália em 1883, com a família. Adílio era o terceiro filho do casal.
Em 1912 a família foi morar em Passo Fundo, onde o pai aprendeu o ofício de fotógrafo. Alguns meses depois a família retorna para Nonoai onde exerce o ofício de fotógrafo e tinha uma pequena farmácia de homeopatia. A família de Pedro era muito religiosa. Eram grandes colaboradores do Padre Manuel. Adílio era coroinha e auxiliar nos serviços do altar e da paróquia.
 
Nesta época o Rio Grande do Sul vivia momentos conturbados. O estado acabava de passar pela revolução entre chimangos e maragatos (Revolução de 1923), em que houve muita violência e derramamento de sangue.
 
Padre Manuel e o coroinha Adílio Daronch dirigiram-se a cavalo, para o Alto Uruguai até a Colônia Militar, no Alto Uruguai, onde a 20 de maio, Adílio ainda ajudou na Páscoa de militares.
 
A caminho de Três Passos, ao chegar em "Feijão Miúdo" o coroinha Adílio e o padre Manuel foram surpreendidos por anti-clericais e inimigos da religião. Foram levados para o mato, amarrados em árvores e fuzilados. Era o dia 21 de maio de 1924.
 
Os próprios colonos que encontraram os corpos amarrados em uma árvore os enterraram. Em cima da cruz da sepultura, escreveram: «mártires da fé, verdadeiros santos da Igreja, assassinados a 21 de maio de 1924». 
 
Quarenta anos depois, em 1964, os restos mortais foram desenterrados e os ossos foram levados para Nonoai, numa caravana, pela Diocese. Em 1997, a Diocese encaminhou o processo de beatificação. Foram escritos vários livros sobre estes mártires.
 
Em 2002: Na Visita Ad Limina, ao receber um abaixo-assinado dos bispos do Rio Grande do Sul, o Cardeal português, José Saraiva Martins, responsável pelas beatificações, nos disse:
"Vocês precisam divulgar mais esta causa dos mártires. A Igreja não pode beatificar uns mártires que apenas são conhecidos no Alto Uruguai. Alto Uruguai, parece ser de outro país, é preciso que esta causa venha a interessar a todo o Rio Grande e todo o Brasil, além disso, Espanha (onde padre Manuel nasceu e foi ordenado padre) e Portugal (onde trabalhou por mais de 10 anos na Arquidiocese de Braga) precisam conhecer esta causa".
 
Começou-se então um grande trabalho de divulgação. Falou-se diversas vezes a todos os Bispos do Brasil, em Itaici. Foram escritas cartas e e-mails aos bispos de Vigo (na Espanha) e Braga (em Portugal).
 
Dia 21 de outubro de 2007, foram beatificados, em Frederico Westphalen - RS, os chamados mártires de Nonoai: o padre Manuel e o coroinha Adílio. A cerimônia foi presidida pelo cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos que veio diretamente de Roma. Cerca de 40 mil fiéis estavam presentes à cerimônia.
 
Em sua homilia, o cardeal Martins destacou: "santo é aquele que está de tal modo fascinado pela beleza de Deus e pela sua perfeita verdade que é por elas progressivamente transformado". 
 
Foi o que fizeram os dois novos bem-aventurados disse o cardeal. "Pela beleza e verdade de Cristo e do seu Evangelho, os dois novos bem-aventurados renunciaram a tudo, também a si próprios, também à sua própria vida, que é o maior tesouro que Deus nos deu".

 
Hoje, a Igreja reconhece a vitória do padre Manuel e do coroinha Adílio, prestando-lhes a homenagem da glória e reconhecendo a sua poderosa intercessão.


Santo Hospício foi eremita no século VI. 

O seu nome é célebre, ainda hoje, na região de Nice, onde viveu. 
Contou-nos a sua vida São Gregório de Tours, na História dos Francos. Hospício tinha-se recolhido numa velha torre situada perto de Villefumche, a uma légua da cidade de Nice, numa peninsulazinha. Aí se entregava ele aos exercícios da penitência mais rigorosa. 
Tinha o corpo preso com grilhões de ferro, usando um tecido de cilício por cima. Só comia pão seco e algumas tâmaras. 
Nos dias feriais da Quaresma, alimentava-se das mesmas ervas que as utilizadas pelos solitários do Egito. Deus recompensava-lhe o zelo com o dom dos milagres e o espírito de profecia. Assim, predisse aos habitantes do país a próxima invasão dos Lombardos:

«Os Lombardos, disse ele, chegarão às Gálias e devastarão sete províncias, porque a malícia deste país aumentou diante dos olhos do Senhor: pois não há ninguém que entenda, ninguém que procure a Deus; ninguém que pratique o bem, para a ira de Deus se apaziguar. Toda a gente está sem fé, entregue aos perjúrios, acostumada a roubar e pronta para matar; nenhum fruto de justiça amadurece neles. Não se pagam os dízimos, não se dá de comer aos pobres, não se vestem os nus, não se recebem os peregrinos, não se lhes dá uma alimentação suficiente. Por tudo isto é que o flagelo vai chegar. Digo-vos portanto, agora: recolhei por trás das muralhas tudo o que tendes, para que os Lombardos não vo-lo tirem, e entrincheirai-vos por trás das muralhas mais fortificadas». 


Preveniu igualmente os monges a que depressa se pusessem em seguro com o que lhes fosse possível tomar consigo, porque se aproximavam os Bárbaros. A mesma tradição pretende que Santo Hospício era abade dum mosteiro estabelecido na mesma península, o qual ele governava estando no alto duma torre. E como, diante do perigo lombardo, os religiosos protestavam, cada um mais, que não o queriam deixar, ele replicou: 
«Nada temais quanto a mim, talvez me façam suportar alguns ultrajes, mas não irão me matar.” Mais monges se tinham afastado quando chegaram os Lombardos devastando tudo. Chegaram à torre onde o Santo vivia enclausurado e se lhes mostrava da janela. Não encontrando porta, subiram ao teto e, tirando as telhas, aproximaram-se dele. Vendo-o carregado de cadeias e assim isolado, julgaram-no grande facínora e perguntaram-lhe qual o seu crime. Hospício declarou-se homicida (!) e que tinha caído nas maiores culpas. Querendo um bárbaro ferí-Io com a espada, teve o braço paralisado. Os outros gritaram e pediram ao Santo que lhes dissesse o que deviam fazer: Hospício fez o sinal da cruz no braço enrijecido e logo este recuperou a agilidade. O homem converteu-se imediatamente. Mais tarde, abraçou o estado monástico e deu exemplo de grande fervor; vivia ainda quando Gregório de Tours escreveu a sua crônica. Muitos outros bárbaros seguiram os conselhos do Santo e puderam regressar sãos e salvos ao seu país; mas os que o desprezaram, vieram a morrer miseravelmente na terra estrangeira. Entre os numerosos milagres atribuídos ao Santo, conta-se a cura de um cego de nascença e libertou muitos possessos. Depois de mandar aviso ao bispo de Nice anunciando-lhe a sua morte muito próxima, um visitante viu pela janela o solitário carregado de cadeias e perguntou-lhe como podia suportar um tormento assim. Respondeu-lhe o Santo: 
«Aquele por cujo nome eu suporto isto, dá-me toda a necessária força. Mas em breve me vou libertar destas cadeias, vou para o meu descanso». 
Três dias depois, 14 de setembro de 1510, tirou as cadeias, entregou-se a longa oração, sentou-se depois num banco, levantou as mãos e entregou a alma. O seu túmulo depressa se tomou lugar de peregrinações e vários milagres foram creditados à sua intercessão.

Viveu na região de Nice, no sul da França, numa velha torre, praticando jejuns e penitências. Recebeu de Deus o dom dos milagres e o de profetizar. Segundo o Martirológio Romano, predisse a invasão dos lombardos e, depois de esta se ter realizado, esforçou-se para converter os invasores.

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– Dia 21 de maio é o dia de Santo Hospício!
Cruzes, Santo Hospício! E eu nem sabia que existia esse santo. Seria ele algum protetor dos loucos, dementes e desprovidos da razão? É lógico que em alguns minutos, toda a ficha corrida de Santo Hospício estava em minha tela: “Santo Hospício, Confessor (França, séc. VI) – Viveu na região de Nice, no sul da França, numa velha torre, praticando jejuns e penitências. Recebeu de Deus o dom dos milagres e o de profetizar. Segundo o Martirológio Romano, predisse a invasão dos lombardos e, depois de esta ter se realizado, esforçou-se para converter os invasores.” Certo, agora sei que que Santo Hospício residiu em plena Cote D’azur. Tudo bem que no século VI o lugar não devia tão chique quanto hoje, sem falar nos irascíveis lombardos que perambulavam por aí, invadindo os lugares e provavelmente vendendo carnês do Baú da Felicidade. A vida de Santo Hospício não deve ter sido fácil mesmo. Pena que o Martiriológio Romano não traga nenhuma profecia concretizada entre as de Santo Hospício que, pobrezinho, é mais obscuro no imaginário que o próprio São Longuinho, que ninguém nunca viu porque ele, afinal, está sempre procurando alguma coisa para alguém em algum lugar onde ninguém se encontra.
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Santo Hospício também era confessor. Escrever crônicas, por vezes, é um ato confessional por vezes doloroso. Confessar que já espremeu tudo de um mote é duro. Que tal passar, por exemplo, para o fato de que o dia 21 de maio também é o dia da Cachaça Mineira, homenagem instituída por Itamar Franco, quando governador das alterosas? Cachaça tem tudo que ver com pirão. Eu acho.
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As crônicas do segundo caderno do jornal que eu leio têm, em média, 4800 caracteres. São de bom tamanho, penso, apesar de que tem dia que dá preguiça e eu nem leio. Mas eu as prefiro aos artigos e textos de opinião, que eu também acabo lendo, afinal, a vida não é feita só de platitudes. Mas voltando às crônicas, os cronistas do jornal escrevem apenas uma por semana. Eu estou, insanamente, me propondo a escrever quatro. Quatro crônicas de 1200 toques está bom? (Ora, ora… mal começou a trabalhar e o funcionário já quer arrumar um jeito de enrolar. E ser chefe de si mesmo também é uma complexa arte.)
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Mais coisas aconteceram no dia 21 de maio: Charles Lindberg, um dos pilotos de avião mais machos da história, saiu de Paris e foi pousar em NY, atravessando assim, pela primeira vez, o oceano Atlântico numa aeronave, uma jabiraca sem parabrisa chamada “Spirit of St. Louis”; Montenegro (não, não é aquela rua que hoje se chama Vinícius de Moraes) se separa da Sérvia, espertamente através de um plebiscito. O resto da antiga Iugoslávia era mais belicoso e foi pra guerra. Olha isso aqui então: em 1968, dez milhões de franceses fazem greve. Naquele mês, estudantes   foram às ruas para lutar contra a cultura vigente. Pregavam o igualitarismo, o liberalismo e a liberação sexual. Os slogans dos manifestantes eram: “é proibido proibir” (mas isso não era de Caetano?), “gozar sem freios” e “nem Deus, nem mestre”. Definitivamente, 1968 foi um ano do balacobaco.
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O dia 21 de maio também é, lá em Portugal, o dia da Língua Nacional. Essa mesma, que a gente maltrata, esfola, esculacha, miguxêia e transforma ao ponto de torná-la um significante com significados, por vezes, absolutamente diversos entre si. Mas é sobre ela que vive essa paixão por escrever, esse artesanato de tecer pensamentos em palavras, idéias em textos, textos em obras. Escrever é uma cachaça, escrever é coisa de maluco, escrever é um vôo cego para outro continente. Escrever é separar-se e é unir-se em frases de efeito, é gozar sem freios e por vezes é mesmo, na solidão dessa atividade, um momento para não ter nem Deus nem mestre.
http://santosesantasdedeus.blogspot.com.br/2012/05/21-de-maio-dia-de-santo-hospicio.html
 Santo Eugênio de Mazemod
1782-1861
Fundou a congregação dos Oblatos de Maria Imaculada


Carlos José Eugênio de Mazemod, esse era seu nome de batismo. Ele nasceu na bela cidade Aix-en-Provance, sul da França, em dia 1º de agosto de 1782. Seu pai era um nobre e presidia a Corte dos Condes da Provença. Sua mãe pertencia a uma família burguesa muito rica. Teve duas irmãs: Antonieta e Elisabete, que morreu aos cinco anos de idade.

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