Nascida em família bastante abastada, mas indiferente a Deus e à igreja seguiu com o matrimônio, teve filhos, mas todos morreram e ela se afundou na vida das vaidades e festas até o dia em que sentiu o toque da misericórdia do Senhor e recorrendo a Virgem Maria buscou a reconciliação. Com quarenta anos doou todos os seus bem e entrou para a família franciscana onde permaneceu até o final da sua vida.
Oração Santa Ângela de Foligno:
Deus, nosso Pai, quando o sofrimento vier nos visitar, e, na aflição, não quisermos aceitá-lo, dai-nos força para não cairmos no desespero. Conservai viva e inabalável a nossa esperança. Na hora da dor, fazei-nos compreender, Senhor: sois vós que lavrais nosso campo e trabalhais a nossa terra, até que as sementes germinem, cresçam as searas e produzam em nós abundantes frutos.
ASSIM eu lhe suplico: Leia as palavras de JESUS a Santa Ângela de Foligno que seguem. MEDITE!
“Oh! Mulher, repara em Mim, flagelado e coroado de espinhos! Contempla as Minhas Chagas e as Minhas Feridas! Depois... escuta e reflete:
Durante a Minha vida terrena, vivi como manso cordeiro; fui ao Calvário, sem abrir a boca; tratei com doçura a samaritana e ela se converteu; comovi o coração de Maria Madalena, a pecadora e a fiz predileta e uma santa; ao cruzar as ruas da Palestina, pronunciava palavras de Luz, de Paz e de Amor; os Meus ensinamentos eram doces como mel. Mas um dia, ao lançar um olhar divino por todos os séculos, vendo como o mal inundava, impetuoso e ultrajava os Meus Templos, pronunciei palavras de fogo: “Ai do mundo por causa dos seus escândalos!... Ai de quem escandalizar! Seria melhor que lhe atassem uma pedra de moinho ao pescoço e o arrojassem no mar!”.
Quem pronuncia este “AI”, é um DEUS abandonado por muitos sacerdotes, religiosos e leigos que não vivem, realmente, o que lhes preguei. Sou Eu, JESUS, que sofri tanto para salvar as almas; sou Eu o Juiz Supremo da Humanidade, dessa humanidade que entre outros pecados, Me crucifica novamente com as sua modas indecentes! Eu pronunciarei a sentença eterna para cada alma: Paraíso.... ou inferno!
Reflete, mulher, que segues a moda licenciosa e pensa com serenidade, um momento, sobre os graves escândalos que provocas aos que te olham, te desejam e te ferem com frases grosseiras, por causa de tuas roupas ajustadas, transparentes, decotadas e curtas.
Oh mulher, porque ultrajas os Meus templos, fazendo exibição do teu corpo? Porque só te ocupas em agradar e tentar os homens?! Porque transformas a Minha Casa de Oração num lugar de anatomia, onde abundam cabeças, troncos, extremidades e até a marca de tua roupa interior? Os Meus templos são profanados por causa das tuas roupas sensuais e provocadoras.
Diz-Me, mulher, as tuas virtudes onde estão? O teu pudor, a tua modéstia, a tua humildade, onde estão? As tuas modas, que tanto tentam, são diferentes das de uma atéia? Absolutamente nada! Podes até iludir-te, a ti própria dizendo: “Que mal há em seguir esta moda?” ou “As outras mulheres também o fazem!” e... “Há sacerdotes que não proíbem e até aceitam!”... Esta ilusão é para ti, mas a realidade é bem outra diferente. A conduta incorreta de tantas mulheres, mesmo cristãs, não justifica a má conduta própria. Se as outras mulheres se quiserem condenar, seguindo o que o mundo lhes apregoa, porque hás tu de te condenar?
Todos os pecados que provocam nos outros, as tuas calças “coladas”, shorts, mini-saias, blusas e vestidos transparentes e decotados, fora ou dentro da Igreja, são imputáveis aos que te olham, mas mais que a ninguém, são imputáveis a ti, que és a sua causa voluntária.
Eu, o Legislador Divino, disse: Se alguém olhar para uma mulher com malícia, já pecou em seu coração.A moral que Eu ensinei é una, inviolável e eterna, enquanto que as modas são muitas. A Minha Igreja, não tem modas! O mundo tem-nas todas. Se, realmente, Me amas... deves seguir a Minha Vida, cheia de abnegação e sacrifício... Por isso deves abandonar as modas que atentam contra a Moral e a Fé!
Estreita é a porta que conduz ao Céu e larga a que leva ao inferno; a maioria elege a última. Estar contra as modas indecentes e não as usar é muito difícil; é necessário muito amor para Comigo, para não se deixar arrastar por elas.
Eu fui enviado ao mundo, não para fazer a Minha Vontade, mas a d’Aquele que Me enviou. Tu foste enviada ao mundo, não para viver, fazer e usar o que te apetece, mas para realizar a Minha Santa Vontade. Ou tu estas Comigo, ou estás contra Mim! Ou estás Comigo, ou estás com as modas sem pudor... o que escolheres dar-te-á a eternidade da Minha Glória ou a eternidade das penas.
Quando a morte te arrancar deste mundo, cheio de vaidades e luxos sem razão e chegardes a Minha Presença para ser julgada... vendo os pecados que os homens cometeram ao olhar para o teu corpo escassamente coberto, tu própria ficarás envergonhada.
Que pretexto poderás então apresentar-Me? Ai de ti mulher pelos teus escândalos! Ai de ti que perdeste o pudor e a vergonha! Porque procedes assim? Porque me crucificas novamente com os cravos da tua imodéstia?
Quando, de forma irrespeitosa, Me recebes na Comunhão, quanta amargura sinto ao entrar no teu corpo, que é motivo de tantos pecados nos homens e de mau exemplo para as poucas mulheres que tu, com desdém e desprezo, chamas “antiquadas”,! Asseguro-te, que muitas destas antiquadas estão Comigo, enquanto muitas “modernas” sem pudor, como tu, estão “gozando” no inferno”.
Os casamentos que se celebram, também esbofeteiam ao Meu Rosto, quando as noivas e madrinhas se aproximam do Altar meio despidas, assim como muitas de suas convidadas... Tem a hipocrisia tal, que mesmo semi-nuas, levam no pescoço uma formosa cruz metálica, sinal de sua “grande catolicidade”. A verdade é que são sepulcros branqueados, cheios de luxo por fora e... vazias de humanidade e caridade por dentro.
Ai, ai, ai! De todos aqueles sacerdotes que temem, ou não querem proibir que se espezinhem e profanem os Meus templos, com a nudez das modas. Muitos deles, deixaram-se seduzir pela sua presença e não querem ser rigorosos no cumprimento dos seus deveres. Eu fui atraiçoado por um falso apóstolo. E hoje, há falsos sacerdotes, religiosos e leigos, que, de forma clandestina, estão trabalhando para destruir a Minha Igreja. Falseiam a Minha Doutrina, permitindo tudo e criando um cristianismo fácil...
Nos Meus Templos vêem-se coisas mais profanas. Por exemplo: Maquilagens, penteados exóticos, jóias, amuletos, óculos de sol, finos e raros tecidos... Outros, por sua vez, dedicam-se a comer, fumar, mastigar pastilhas elásticas, conversar, dormir, estudar, namoriscar, cruzar as pernas, aplaudir, bailar, cantar canções profanas e os “parabéns a você”, bisbilhotar, passear admirando obras de arte, tirar fotos durante a Santa Missa, etc. etc, como se estivessem num pic-nic. Pobres deles! Estão convertendo a Minha casa de Oração em lugar de pecados e...ninguém sai em Minha defesa...Todos calam e fogem.. Ninguém se arrisca e todos lavam as mãos como Pilatos... Onde estão os que deram a sua vida por Mim?
Se um político, um desportista ou um artista lhes dizem: “Façam isso! Usem aquilo!”, todos o imitam... Eu, em troca, prometo-lhes o Prêmio Eterno se cumprirem os Meus Mandamentos e quase ninguém faz caso dos meus convites.
Ai, ai, ai! Das minhas religiosas que, nas suas instituições e Colégios, não aconselham as suas alunas sobre a sã e correta maneira de se vestirem!...
Ai, ai, ai! Das freiras que adaptam sua vestimenta às das mulheres mundanas; os vossos pecados estão a esgotar a Minha Paciência!...
Ai, ai, ai! Dos pais e mães que, seguindo o ritmo imoral das modas, pervertem os filhos com o uso das mesmas e os tornam motivo de escândalo!...
Ai, ai, ai! De todos aqueles seculares que não resolvem aconselhar com energia tantos irmãos equivocados, sobre a necessidade e a obrigação de abandonarem as modas e ações que desvirtuam o Meu Evangelho!....
Ai, ai, ai! De todas aquelas pessoas que, de uma ou outra maneira, fomentam, comercializam e permitem toda espécie de despudor! Sei muito bem que quereis corromper a mulher para assim, com mais facilidade, destruirdes a Minha Igreja, a Família e a Pátria!...
A todas as pessoas digo: É responsável do pecado quem o comete e quem, tendo o dever de impedi-lo, covardemente o não impede! “Tomam-se severas medidas para lutar contra a fome, as pestes a pobreza e as impurezas da atmosfera, mas contempla-se com complacência, a contaminação dos espíritos” ( S.S.Paulo VI)
A Minha Justiça destruiu as cidades imorais de Sodoma e Gomorra. Pior será o castigo que terá lugar dentro de pouco tempo, como vem anunciando a Minha Santíssima Mãe em La Salette, Lurdes, Fátima e outros lugares.
Oh! Almas que viveis no lodo imoral, na vida cristã fácil, cômoda e libertina, semeando por toda a parte a morte espiritual, olhai-Me crucificado..! Meditai sobre o inferno, onde caem as tantas almas que, no seu tempo, viveram dando-se a todos os gostos, prazeres, modas, diversões, etc. etc. Que será de vós?
As mulheres que quando viviam eram louvadas, aplaudidas, admiradas, imitadas e perseguidas por tanto exibicionismo dos seus corpos, agora, quem se recorda delas? Onde estão as suas conquistas? Onde estão o seu dinheiro, jóias, fama? Onde estão os corpos que tanto mostravam? Fogo eterno os consome, fogo que devora e não mata... Ao contrário, as que aqui viviam modestamente, suportando azedas críticas e zombarias que ferem, por causa de seu pudor e respeito para Comigo, gozam para sempre a eternidade na Minha companhia e na de Maria, Minha Mãe Santíssima.
Se a tua mão, o teu pé, o teu olho ou... as tuas modas são motivo de escândalo, corta-os e atira-os para longe de ti, pois mais te vale entrar SEM eles no Reino dos Céus, que caíres COM os mesmos no Fogo Eterno. Quem teme e respeita os homens e as modas não é digno de Mim!
A todos os homens e mulheres digo: Apartai-vos das modas ofensivas e pecaminosas... ainda que percais a família, amigos, dinheiro, fama e a própria vida.
Aos meus fiéis bispos, sacerdotes, religiosas e seculares, convido-os a quem com Prudente Valentia, defendam a Minha Causa e os Meus templos do aviltamento das modas obcenas e vergonhosas; caso contrário, o Braço da Minha Divina Justiça cairá rigoroso sobre todos aqueles que tem obrigação de dar testemunho da Minha Vida.
Bem aventurado quem escuta as Minhas Palavras e as pratica!
Posteriormente, JESUS foi consultado se esta mensagem não seria forte demais e ferir a certas pessoas, Ele respondeu:
Ainda que faleis palavras de verdade que possam ferir... essas feridas serão a salvação. Falai a verdade, porque a verdade só pode ferir àquele que não pertence a verdade... E essas Palavras procedem do Meu Espírito. Ainda vos digo mais: Não gosto da covardia! Eu não Me ocultei para falar as Palavras do PAI”.
Reconhecendo, humildemente a sua culpa, Santa Angela, começou a fazer uma pormenorizada e perfeita confissão de todas as suas culpas, nos mínimos detalhes. Então, para cada detalhe, por mínimo que fosse, JESUS expôs a ela a imensidão de seu sofrimento, dizendo-lhe:
“Minha filha, mesmo que estivesses contaminada por mil doenças, mesmo que estivesses morta por mil mortes, Eu poderia curar-te com o remédio do Meu Sangue, sendo apenas necessário que tu quisesses lavar Nele a tua alma”.
Esses pecados do teu corpo, que acabastes de Me confessar, uma a um, mostrando uma verdadeira dor, por teres desagradado a DEUS com eles e os quais incorrestes com o lavar, pentear, ungir, pintar, decorar, encaracolar teus cabelos, com o dar vistas, com o envaidecer-te, com a procura da vanglória e com os quais aparecestes ao olhos do mundo como uma inimiga de DEUS e merecestes, aos olhos do PAI, o mais profundo lago do inferno, o desprezo eterno e a eterna abjeção, todos estes pecados, Minha filha, EU Mesmo os redimi com o Meu vivo sangue e com a penitência e mortal da Minha Paixão.
De fato, para descontar a vaidade dos penteados, das pomadas, dos perfumes com que tornaste bem luzidias, encaracoladas e triunfantes as tuas cabeleiras, os Meus cabelos foram arrancados, a Minha fronte foi trespassada, a Minha cabeça foi ferida, chagada, ensopada em sangue e exposta à chacota sob uma vil coroa de espinhos.
Também pelos pecados do teu rosto, em que tu própria incorreste, perfumando-o, maquilando-o, expondo-o aos olhares impuros dos homens e sentindo prazer com seus cobiçosos louvores, Eu mesmo te dei o remédio da Minha dor, uma vez que, em desconto destes pecados, todo o Meu rosto foi manchado e desfigurado com sórdidos escarros e as Minhas faces deformadas e inchadas pelas atrozes bofetadas, tiveram que passar pelo contato de um pano sujo e humilhante.
Pelos pecados dos teus olhos, com que tu olhaste para coisas vãs e nocivas, sentindo tantas vezes deleite, a vista do mal alardeado ou exibido contra DEUS, senti os Meus olhos queimarem-Me, pelo amargor das lágrimas e pelo acre do sangue que, escorrendo da Minha cabeça, me punha diante de um obscuro e mudo véu.
Pelos pecados dos teus ouvidos, com que ofendeste a Deus, ouvindo coisas vãs e malignas e comprazendo-te nelas, Eu fiz a maior penitência que se pode imaginar: ouvi as palavras mais atrozes e abjetas, as falsas acusações, as repulsas, os insultos, as maldições, as chacotas, as blasfêmias, a iníqua sentença de morte, pronunciada por todo um povo e, o que mais Me encheu de angustia, o pranto chorado por Mim na terra, pela Minha mãe, por toda a Minha abandonada dor.
Pelos pecados da tua boca e da tua garganta, com que satisfizeste, com alimentos saborosos e bebidas excelentes, tive Eu a boca definhada pela fome, pelo enjôo e pelo ardor e enfastiada pelo vinagre, pela mirra e pelo fel.
Pelos pecados da tua língua, sempre disposta para as rejeições, para as calúnias, para as chacotas, para as maldições, para as blasfêmias, para os perjúrios e para as palavras pecaminosas, tive Eu a Minha língua, que não poderia falar senão em verdade, muda e imóvel perante os falsos juízes e falsos acusadores e pelos Meus próprios carrascos, pelos que Me crucificaram.
Pelos pecados do teu olfato, que sempre se deleitou com flores bem cheirosas e com frescos perfumes, senti Eu o fedor abominável dos escarros e suportei-os na Minha própria face, nos olhos e nas narinas.
Pelos pecados que fizeste com o teu pescoço, agitando-o na ira, na soberba, na sensualidade e empertigando-o orgulhosamente contra DEUS, tive Eu o Meu pescoço inteiriçado e curvado para a terra, pelas punhadas e pelas cotoveladas.
Pelos pecados dos teus ombros e das tuas costas, que tu tens, com falsa docilidade, tantas vezes curvados sob agradáveis pesos da vaidade, da conveniência, da indiferença, arrastei Eu fatigosamente a pesada Cruz, de todo o Meu corpo, que se sentia já antecipadamente suspenso.
Pelos pecados das tuas mãos e dos teus braços, com os quais tu cometeste tantas ações más, com os quais tocastes tantas coisas impuras e abraçastes tanta carne, as Minhas mãos, trespassadas por cavilhas duras e aguçadas, foram pregadas a Cruz e esmagadas e apertadas pelas grossas cabeças dos cravos, tiveram que suster o peso desamparado de todo o Meu corpo.
Pelos pecados do teu coração, tantas vezes agitado pela ira, pela inveja, pela maldade, pelo amor impuro, pelas abjetas concupiscências, pelas sôfregas ambições, o Meu Coração e o Meu Peito, trespassados por uma agudíssima lança, derramaram abundantemente o remédio para curar todas as paixões do coração humano, ou seja, a água para extinguir o ardor das abjetas concupiscências e amores doentios e o Sangue, para acalmar as iras, as maldades e os rancores.
Pelos pecados dos teus pés, com os quais dançaste perdida e sensualmente te balançaste, neste teu andar peneirento e impensadamente vagueaste, afastando-te do reto caminho e da meta, Eu tive os Meus pés, não ligados por tortuosa corda, mas trespassados e cravados no madeiro da Cruz, com um único, rígido e quadrado cravo; e, em vez dos teus sapatinhos de bico e perfurados, os Meus pés foram cobertos pela vermelha rede que sobre eles fazia o sangue, descendo a riachos das Minhas feridas abertas.
Pelos pecados de todo o teu corpo, com que tão voluntariamente te entregaste a luxos molengões, ao sono, ao ócio, Eu fui horrivelmente flagelado, estendido e retesado na Cruz, como uma pele, cravado no madeiro e tão apertadamente, que senti em todo o Meu corpo a sua áspera dureza, enquanto um verdadeiro banho de sangue vertia dos meus membros até a terra. E assim, estive entregue a um atrocíssimo tormento, até que, morto por cruéis carnífices, exalei o Meu Poderoso Espírito.
Pelos pecados que tu cometeste, enfeitando-te com vestidos, modas e adornos supérfluos, vãos, estranhos e mesmo ridículos, Eu fui colocado na Cruz nu, tal como nasci da Virgem, estive ao vento, ao frio, ao ar que me rodeava de todas as partes, estirado e exposto aos olhares dos homens e das mulheres, lá bem no alto, a fim de que melhor me vissem e mais fosse escarnecido e mais sofresse as lancetadas da vergonha.
Pelos pecados que cometeste, adquirindo mal as tuas riquezas, estimando-as e retendo-as mal e esbanjando-as ainda pior, Eu fui tão pobre, que não só não tive, nem palácio, nem casa, nem simples tegúrio, onde poder nascer ou viver, mas nem sequer quando morto, tive um túmulo onde Me pudessem colocar. E se a piedade não tivesse movido um homem da terra a compadecer-se da Minha miséria e a depositar os Meus despojos no seu sepulcro, os ossos do Meu Corpo teriam sido abandonados aos cães e aves de rapina. Mas Minha pobreza foi ainda para além de tudo isso: dei o Meu Sangue e a Minha Vida, até a última gota, até ao último suspiro, aos desprotegidos e aos pecadores, e, tanto em vida como na morte, tão pobre quis ser e permanecer, que não conservei para Mim, parte alguma de Mim mesmo.
ESTAS PALAVRAS, diz Santa Angela, desciam ao mais íntimo de minha alma, uma a uma e uma a uma, a enchiam de amargura, de vergonha, de dor e de espanto. Via como pelos meus vergonhosos gozos sentidos, a Alma de JEUS havia sentido, dentro de si mesma, todas dores, todas as angustias, todas as atrocidades e todos os martírios. Que a soma de todas estas angustias era feita num verdadeiro grito.
Beata Ângela de Foligno, viúva (†1309). Mística e contemplativa que, após a morte de seu esposo e filhos, entregou-se totalmente a Deus, na Ordem Terceira Franciscana.
A França não deu ao mundo somente Santa Joana D’Arc como exemplo de mulher santa por interferir na política dos homens. Presenteou a Humanidade também com Santa Genoveva. Embora não se atirasse à guerra como Joana D’Arc, Santa Genoveva fez da atividade política e social uma obrigação tão importante quanto a oração e o jejum. Se Joana é invocada como guerreira, Genoveva se faz protetora nas horas de calamidade e perseguição.
Nasceu em Nanterre, perto de Paris, no ano 422, de família muito humilde e modesta, época em que a Inglaterra ainda era dominada pelo paganismo, exigindo da Igreja uma postura de evangelização naquele importante país. Assim, tinha Genoveva cerca de 6 anos (alguns escritos falam em 8) quando uma missão católica passou por sua cidade a caminho da Bretanha, liderada por dois bispos. Um deles profetizou que a menina seria um prodígio cristão – e não errou.
Já aos 15 anos Genoveva fez voto de castidade, participando ainda de uma irmandade que, embora não se retirasse para os conventos, atuava religiosa e socialmente a partir de suas próprias casas. Sua história como protetora da França tem dois episódios significativos e sempre citados: a resistência aos hunos e o auxílio dos moradores do campo à cidade que vivia na penúria.
Quando Átila, “o flagelo de Deus”, liderou os hunos na invasão a Paris, a população decidiu abandonar a cidade. Santa Genoveva os convenceu a ficar, pois deviam confiar em Deus que impediria a destruição da metrópole. Embora quase fosse linchada pelos mais temerosos, sua convicção contagiou e o povo ficou. Átila não só não invadiu Paris como pouco tempo depois foi obrigado a recuar e abandonar outras cidades conquistadas.
Mais tarde, quando a cidade mergulhava na fome e na escassez, Genoveva exortou a população agrícola a socorrer os moradores urbanos, salvando milhares da morte. Por isso é invocada sempre que a capital francesa passa por calamidades e não tem recusado proteção, segundo seus devotos.
Sua atuação na política também livrou muitos da cadeia e da perseguição, pois interferia freqüentemente junto ao Rei Clóvis, conseguindo anistia aos prisioneiros políticos. Morreu por volta do ano 502, depois de ter convencido o rei a construir a famosa igreja dedicada a São Pedro e São Paulo. Durante a revolução francesa a abadia construída sobre seu túmulo, e que abrigava suas relíquias, foi saqueada pelos jacobinos, mas seu culto continuou e perdura até hoje na Igreja de Santo Estêvão do Monte.
A história de Santa Ângela, considerada uma das primeiras místicas italianas, poderia ser o roteiro de um romance ou novela, com final feliz, é claro. Transformou-se de mulher fútil e despreocupada em mística e devota, depois literata, teóloga e, finalmente, santa. A data mais aceita para o nascimento de Ângela, em Foligno, perto de Assis e de Roma, é o ano 1248. Ela pertencia à uma família relativamente rica e bem situada socialmente. Ainda muito jovem casou-se com um nobre e passou a levar uma vida ainda mais confortável, voltada para as vaidades, festas e recreações mundanas. Assim viveu até os trinta e sete anos, quando uma tragédia avassaladora mudou sua vida.
Num curto espaço de tempo perdeu os pais, o marido e todos os numerosos filhos, um a um. Mas, ao invés de esmorecer, uma mulher forte e confiante nasceu daquela seqüência de mortes e sofrimento, cheia de fé em Deus e no seu conforto espiritual. Como conseqüência, em 1291 fez os votos religiosos, doando todos os seus bens para os pobres e entrando para a Ordem Terceira de São Francisco, trocando a futilidade por penitências e orações. O dom místico começou a se manifestar quando Santa Ângela recebeu em sonho a orientação de São Francisco para que fizesse uma peregrinação a Assis. Ela obedeceu, e a partir daí as manifestações não pararam mais.
Contam seus escritos que ela chegava a sentir todo o flagelo da paixão de Cristo, nos ossos e juntas do próprio corpo. Todas essas manifestações, acompanhadas e testemunhadas por seu diretor espiritual, Santo Arnaldo de Foligno, foram registradas em narrações que ela escrevia em dialeto úmbrio e que eram transcritas imediatamente para o latim ensinado nas escolas, para que pudessem ser aproveitados imediatamente por toda a cristandade. Trinta e cinco dessas passagens foram editadas com o título “Experiências espirituais, revelações e consolações da Bem-Aventurada Ângela de Foligno”, livro que passou a ser básico para a formação de religiosos e trouxe para a Santa o título de “Mestra dos Teólogos”. Muitos dos quais a comparam como Santa Tereza d’Ávila e Santa Catarina de Sena.
Ângela terminou seus dias orientando espiritualmente, através de cartas, centenas de pessoas que pediam seus conselhos. Ao Santo Arnaldo, à quem ditou sua autobiografia, disse o seguinte: “Eu, Ângela de Foligno, tive que atravessar muitas etapas no caminho da penitencia e conversão. A primeira foi me convencer de como o pecado é grave e danoso. A segunda foi sentir arrependimento e vergonha por ter ofendido a bondade de Deus. A terceira me confessar de todos os meus pecados. A quarta me convencer da grande misericórdia que Deus tem para com os pecadores que desejam ser perdoados. A quinta adquirir um grande amor e reconhecimento por tudo o que Cristo sofreu por todos nós. A sexta sentir um profundo amor por Jesus Eucarístico. A sétima aprender a orar, especialmente rezar com amor e atenção o Pai Nosso. A oitava procurar e tratar de viver em contínua e afetuosa comunhão com Deus”. Na Santa Missa, ela muitas vezes via Jesus Cristo na Santa Hóstia. Morreu, em 04 de janeiro 1309, já sexagenária, sendo enterrada na Igreja de São Francisco, em Foligno, Itália.
Seu túmulo foi cenário de muitos prodígios e graças. Assim, a atribuição de sua santidade aconteceu naturalmente, àquela que os devotos consideram como a padroeira das viúvas e protetora da morte prematura das crianças. Foi o Papa Clemente XI que reconheceu seu culto, em 1707. Porém ela já tinha sido descrita como Santa por vários outros pontífices, à exemplo de Paulo III em 1547 e Inocente XII em 1693. Mais recentemente o Papa Pio XI a mencionou também como Santa em uma carta datada de 1927.
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