
Ainda jovenzinha,
Catarina Labouré, sonhou que se encontrava na capela de sua cidade natal,
Fain-les-Moutiens, na Borgonha (França) e que um venerável sacerdote acabara de
celebrar a missa. Quando descia ele os degraus do altar, de repente se deteve
e, sorrindo, convidou a menina a aproximar-se; Catarina, estranhando o gesto,
assustou-se e saiu da capela. Dirigiu-se, então, diretamente à casa de uma
amiga enferma. Entrou no quarto desta e – ó surpresa! – novamente viu o mesmo
ancião, o sacerdote de cabelos brancos, de pé, junto ao leito. Ele voltou a
sorrir-lhe e, estendendo-lhe a mão, disse-lhe: “Filha minha, fazes bem em
cuidar dos enfermos. Agora me evitas, mas dia virá em que te alegrarás de vir a
mim. Deus tem desígnios a teu respeito. Não o esqueças!” E logo apareceu
esfumar-se… Esse o sonho.
A jovem Catarina, ou Zoé, como era chamada familiarmente, nunca se esqueceu do
sonho incompreensível. Mais tarde, quando em visita à Casa de Caridade de
Paris, surpreendeu-se com um retrato suspenso à parede. E exclamou: “O mesmo
sacerdote que vi em sonho”. E ficou sabendo, pelo Padre Prost, que o ancião dos
seus sonhos era São Vicente de Paulo: “os mesmos olhos sorridentes, a mesma
boca amável que lhe havia falado, o mesmo rosto coroado de cabelos brancos,
cheio de bondosa compreensão, que ela havia contemplado em sonho…”
Após algumas desavenças com
seu pai, acabou entrando para a ordem das Irmãs da Caridade.
A visões
Uma noite de verão
Aos 18 de julho de 1830,
véspera da festa de São Vicente que ela tanto ama, Catarina recorre àquele de
quem, cujo coração ela viu transbordando de amor, para que seu grande desejo de
ver a Santíssima Virgem seja enfim alcançado. Às onze horas e meia da noite,
ela ouve chamá-la pelo seu nome.