sexta-feira, 13 de junho de 2014

Mira Alfassa




Lembrando A Mãe (Mira Alfassa) - Paz, paz sobre a terra
Um dia fui apresentada à Mãe, Mira Alfassa, através de suas obras e nunca mais a deixei.

Viveu por 95 anos, de 1878 à 1973. Deu continuidade ao trabalho de Sri Aurobindo, em Pondicherry, Índia.

Ela nunca acreditou no Deus convencional das religiões ; o Deus interno era o que ela procurava.

Em seus últimos anos , vivenciou e descreveu processos de transformação do corpo físico, descobrindo e experienciando a Consciência Celular e sua abertura e permeação pela consciência mais alta, assim desbravando um caminho para a supramentalização integral do ser .

Toda sua obra é atual, no livros preces e orações encontros trechos que parecem terem sido escrito para hoje.

Não diria que A Mãe estava além do seu tempo, ela vivia o tempo, nós é que ainda não encostramos essa sintonia com o eterno.

Como ela disse: 
"Eu não pertenço à nação alguma, à civilização alguma, à sociedade alguma, à raça alguma, mas ao Divino.
Eu não obedeço à Mestre algum, à soberano algum, à lei alguma, à convenção social alguma, mas ao Divino.A Ele eu entreguei tudo, a vontade, a vida, o eu; para Ele estou pronta a dar todo o meu sangue, gota por gota, se essa for Sua vontade, com uma alegria total; e a Seu serviço nada poderia ser um sacrifício, pois tudo é perfeita felicidade".

 Paz, paz sobre a terra...
Não a paz de um inconsciente ou de uma inércia auto-satisfeita; não a paz de uma ignorância que não se reconhece e de uma indiferença obscura e pesada; mas a paz da força todo poderosa, paz de uma comunhão perfeita, a paz do despertar integral, do desaparecimento de todo limite e de toda sombra...


Por que se atormentar e sofrer, por que esta luta áspera e esta revolta dolorosa, por que esta violência vã; por que este sono inconsciente e pesado? Despertem sem temor, apazigúem seus conflitos, imponham silêncio a suas disputas, abram seus olhos, seus corações; a Força está aí; ela está aí divinamente pura, luminosa, possante; ela está aí como um amor sem limite, como um poder soberano, como uma realidade sem discussão; como uma paz sem mistura, como uma beatitude sem interrupção, como a Bênção Suprema; ela é a própria existência, as felicidades sem limites do conhecimento infinito... e ela é alguma coisa a mais que ainda não pode ser dita mas que já está agindo nos mundos superiores além do pensamento, como o poder de transfiguração soberana, e também nas profundezas da matéria como a Irresistível Força de Cura.


Escuta, escuta, ó tu que queres saber.
Olha, tu que queres ver, contempla e vive:
A Força está aí.
Biografia
Artista e musicista francesa, continuadora do trabalho de Sri Aurobindo, organizou e conduziu a comunidade do Sri Aurobindo Ashram. Realizando na prática a visão do Mestre, formulou os princípios de uma Educação Integral. Em seus últimos anos, vivenciou e descreveu processos de transformação do corpo físico, descobrindo e experienciando a Consciência Celular e sua abertura e permeação pela consciência mais alta, assim desbravando um caminho para a supramentalização integral do ser.

Esteve na Índia em 1914, quando conheceu Sri Aurobindo. Retornou à França durante a 1ª Guerra Mundial e voltou definitivamente à Índia em 1920, criando juntamente com Sri Aurobindo o "Sri Aurobindo Ashram". Em 1924, com a retirada de Sri Aurobindo a um aposento do Ashram, A Mãe tomou a direção prática da comunidade, que conduziu até sua morte. A Mãe ocupou-se em explicar o pensamento de Aurobindo aos discípulos em termos simples, ocupou-se em orientar e coordenar as diversas atividades do Ashram, e também a desenvolver um trabalho interior na busca dos ideais de Sri Aurobindo. Deixou também muitos trabalhos escritos, resultados também de suas vivências interiores.

Notas Biográficas
Nascida em Paris em 21 de fevereiro de 1878, filha de mãe egípcia e pai turco, ambos materialistas inflexíveis. Completou estudos de piano, pintura e matemática avançada. Em seus primeiros anos, experiências espontâneas levaram-na a viagens fora de seu corpo, para o passado da terra, e sem sua compreensão, levaram-na à descoberta de "vidas passadas". Em 1897, com 19 anos, casou-se com Henri Morriset, um estudante do artista francês Gustave Moreau, e tornou-se amiga de Rodim e também de todos os grandes artistas do período impressionista. Com a idade de 26 anos, ela teve diversos sonhos com Sri Aurobindo – de quem nunca tinha ouvido falar – e tomou-o como uma "divindade Hindu". Mais tarde fez contato com Max Theon, um caráter enigmático com poderes ocultos extraordinários, o qual pela primeira vez deu a ela uma explicação coerente de suas experiências e lhe ensinou ocultismo durante duas longas visitas à Algéria. Em 1908, com 30 anos, divorciou-se de Morisset e mergulhou no estudo de filosofia com Paul Richard, com quem em 1910 visitou Pondicherry, uma colônia francesa na Índia onde Sri Aurobindo buscou refúgio dos britânicos. Ela acompanhou Richard a Podicherry em 1914 e encontrou Sri Aurobindo pela primeira vez em 29 de março: "Ele, a quem nós vimos ontem, está na terra".

Ela passou um ano em Pondicherry, e então quatro anos no Japão com Richard. Retornou a Sri Aurobindo em 1920, passando pela China. Quando Sri Aurobindo "retirou-se" para seu quarto em 1926, para devotar-se exclusivamente ao "yoga supramental", ela organizou e desenvolveu o "Ashram" a partir do nada.

Depois da partida de Sri Aurobindo em 1950, ela fundou o "Centro Internacional de Educação" e, no decorrer de muitos anos e incontáveis conversas com seus discípulos, tentou despertá-los para a "nova consciência". Finalmente, em 1958 ela retirou-se para seu quarto para chegar à raiz do problema: o "yoga das células" que levou-a à descoberta de uma "mente celular" capaz de reestruturar a natureza do corpo. De 1958 a 1973, ela lentamente desvelou a "Grande Passagem" para a próxima espécie e um novo modo de vida na Matéria. Esta é a Agenda (anotações). Em 1968 ela fundou Auroville, a poucas milhas de Pondicherry, como um "laboratório para a nova evolução".
Em 17 de novembro de 1973 A Mãe deixou o corpo.
fonte- http://pt.wikipedia.org/wiki/Mira_Alfassa


Mirra - a Mãe
As personagens mais marcantes da história da humanidade reconhecem-se, pela sua criatividade interior, que impressiona e serve como farol aos que neles encontram o ideal espiritual.


Existem épocas em que criaturas extraordinárias descem à terra com uma missão a cumprir, contribuindo com seu esforço para divulgar ensinamentos mais elevados e ajudar aqueles que tacteiam na escuridão do mundo.


Mirra Alfassa nasceu em 21 de Fevereiro de 1878 em Paris, filha de um banqueiro turco e de mãe (§) egípcia, cujas famílias eram de descendência aristocrática.
Toda a família havia adquirido nacionalidade francesa e Mirra cresceu em Paris onde passou a primeira parte da sua vida sendo já desde a sua tenra infância uma criança acima do nível humano e dotada de grande força e determinação. Possuía uma predisposição natural para experiências ocultas e aos doze anos já praticava o ocultismo como uma disciplina consciente.

Entre os 12 e os 13 anos teve uma série de experiências psíquicas e espirituais que lhe revelaram não apenas a existência de Deus, mas a possibilidade de encontrá-lo e revelá-lo integralmente em consciência e acção, e de manifestá-Lo na terra em uma vida divina. Isso, e uma prática para a sua realização foi-lhe dado durante o sono, por vários mestres, alguns dos quais veio a encontrar posteriormente no plano físico. Mais tarde o contacto com um desses mestres tornou-se cada vez mais claro e significativo e apesar do escasso conhecimento das filosofias indianas e religiões que tinha na altura, Mirra foi impelida a chamá-lo de Kṛṣṇa. Desde então tomou consciência que seria com ele que ela deveria realizar o seu trabalho.
Mirra estudou pintura e desenho e tornou-se uma pintora de talento tendo exposto ao lado de grandes artistas como Renoir, Cézanne e outros.




Em Outubro de 1897 casou-se com Henri Morisset (discípulo do pintor Gustav Moreau), de quem teve um filho. A pintura possibilitou-lhe grandes vislumbres no seu processo criativo. Era também uma leitora assídua e conhecia profundamente os museus e castelos de França e de Itália. Sua cultura foi-se expandindo muito, tornando-se vasta, profunda e refinada.
Ela nunca fez a usual distinção entre o espiritual e o mundano. Tal como disse Śrī Aurobindo (§) “ Toda a vida é Yoga (§)” e Mirra assim a considerava apesar de não conhecer este dizer enquanto dito de Śrī Aurobindo.

Foi então que leu a Bhagavad-Gītā e apesar de ter lido uma tradução muito pobre foi capaz de intuitivamente entrar no seu propósito. Contudo, não era nos livros que ela confiava para se guiar, mas sim em suas próprias experiências que infalivelmente a conduziam a seu caminho.
Mirra nunca acreditou no Deus convencional das religiões; o Deus interno era o que ela sempre procurava.
Por volta de 1906 conheceu Max Théon, um exilado polonês que era um grande ocultista, e sua esposa Alma, também altamente dotada espiritualmente. Eles moravam em Tlémsem, na Algéria, às margens do deserto do Saara. Esse encontro fortaleceu em Mirra a decisão de estudar o ocultismo em profundidade e os dois anos seguintes passou-os em Tlémsem.
As suas experiências foram muitas nesse tempo, que lhe revelaram a existência de níveis de consciência, de seres e forças que normalmente não podemos conceber e também a possibilidade de controlar essas forças.
Contudo sempre afirmava que o conhecimento oculto sem disciplina espiritual era um instrumento perigoso.



Voltou a Paris onde o seu casamento se desfez. Era o começo de uma nova etapa na sua vida na qual se encontrava com pessoas e grupos que estavam à procura da verdadeira espiritualidade, ela os ajudava a enfrentar os problemas da vida e do trabalho.
Em 1910 casou-se com Paul Richard, um brilhante intelectual profundamente interessado na espiritualidade oriental e ocidental. Quando Richard voltou de uma viagem à Índia, Mirra soube da existência de Śrī Aurobindo através dele e sentiu-se irresistivelmente atraída por aquele país.
Participou em trabalhos de grupo sobre auto-conhecimento participando mesmo em palestras e discursos. A visão de Mirra projectava-se no futuro do destino do homem e no papel que desempenharia para apressar esse destino. Falava sobre vários temas não como divagações intelectuais mas como verdadeira busca espiritual. 


Em 1912 Mirra, já em avançada realização espiritual, começou a escrever suas preces e meditações de cada dia, constituindo estas verdadeiras jóias de espiritualidade dirigida directamente a Deus como se com ele conversasse face a face e fossem íntimos amigos.
Em 1914 teve finalmente a oportunidade de visitar a Índia quando seu marido resolveu candidatar-se ao parlamento francês em Pondicherry.
No mesmo dia em que chegou a Pondicherry, Mirra encontrou-se com Śrī Aurobindo (§) reconhecendo-o imediatamente como o Mestre (Kṛṣṇa) que lhe aparecia em seus sonhos e com o qual sabia ter forte ligação. Aceitou-o como guru e seguiu a sua disciplina, permanecendo e trabalhando a seu lado.

A gratidão de Mirra ao Divino foi expressa em seu diário pelas seguintes palavras:
«Não importa que milhares de seres estejam mergulhados na mais profunda ignorância. Aquele a quem vimos está na terra. Sua presença é suficiente para provar que a escuridão será transformada em luz, quando Teu reino for na verdade estabelecido sobre a terra».
Quando perguntaram A Śrī Aurobindo o que sentiu nesse primeiro encontro ele disse:
«Foi a primeira vez que soube que a entrega perfeita até à última célula física era humanamente possível; foi quando a Mãe (§) veio e se prostrou que vi essa entrega perfeita em acção».
Em Pondicherry ela ficou quase um ano e foi graças à sua colaboração e à de seu marido que o periódico “Arya”, no qual Śrī Aurobindo escreveu a maior parte dos seus trabalhos, os mais notáveis, como a “Vida Divina”, “Síntesis do Yoga (§)”, etc., começou a circular. Ao fim desse tempo o casal francês viu-se obrigado a voltar a Paris dada a eclosão da I Guerra Mundial. Depois de passar os anos de guerra em França e no Japão (§), Mirra retornou à Índia em 1920, definitivamente, encontrando sérias dificuldades para reiniciar o seu trabalho no āśram de Śrī Aurobindo uma vez que havia muita pobreza. Mas com a continuidade da edição do jornal “Arya” e pela personalidade do autor dos seus artigos o número de discípulos foram aumentando e foi tomando forma uma vida colectiva. Nos primeiros tempos e apesar de supervisionar tudo, Mirra, vivia recolhida, dedicada à séria disciplina espiritual.
Tudo foi melhorando e em 1926, quando Śrī Aurobindo se retirou do convívio com os seus discípulos para se dedicar por completo à sua prática de Yoga, Mirra assumiu a inteira responsabilidade de dirigir a comunidade, coordenando e orientando os discípulos com grande carinho e dedicação.

Com o contínuo influxo de discípulos e muitos visitantes de toda a parte, outras casas tiveram de ser alugadas e adquiridas e providências tomadas para conseguir uma organização elaborada que cuidasse tanto da saúde material como espiritual da comunidade.
No princípio apenas os discípulos eram admitidos mas depois muitas famílias e mesmo os filhos dos discípulos começaram a mudar-se para o āśram e aos poucos a atmosfera de austeridade que prevalecia foi-se transformando e velhas barreiras foram cedendo ante esse novo influxo. Mirra tinha agora mais esse desafio: cuidar da saúde mental, vital e física das crianças.
Grande era a importância que Śrī Aurobindo e a Mãe davam à educação e para tornarem concreta essa visão e atendendo às necessidades, a Mãe resolveu abrir uma escola para crianças em 1943 e em 1945 acrescentou o departamento de educação física que mantinha os alunos em actividade após o término das aulas.
Não demorou muito para que Mirra se misturasse com as crianças, contando-lhes histórias e dispensando boa parte do seu tempo entre elas.

A escola cresceu, vários sistemas educativos foram experimentados e em 1952 foi inaugurado o “Centro Universitário Internacional de Śrī Aurobindo” que em 1959 se passou a chamar “Centro Internacional de Educação Śrī Aurobindo” ficando assim conhecido pelo mundo inteiro.



Pela sua experiência e génio de organização, o Āśram de Śrī Aurobindo (§) foi se expandindo e o trabalho desenvolvido pela Mãe (§) cresceu cada vez mais em volume e complexidade. Para ela não havia tarefa insignificante ou sem importância e tudo o que fazia era permeado de beleza e significação espiritual. Suas “conversas” com os discípulos tornaram-se famosas e mais tarde foram traduzidas e espalhadas pelo mundo. Originalmente em inglês, depois foi em francês, língua que a Mãe começou a ensinar aos discípulos. Ela versava sobre os mais variados tópicos que seriam praticamente a introdução ao “Yoga (§) Integral” de Śrī Aurobindo.

Ainda hoje é de admirar como foi possível a essa criatura tão frágil, que se alimentava tão pouco e dormia ainda menos, conservar tantas e delicadas engrenagens movendo-se sem atrito ou fricção e conseguir conciliar tantos temperamentos, raças e idades variadas, vindos de todos os recantos do mundo, com tanta eficiência e harmonia. A Mãe não era apenas uma admirável e competente organizadora, não meramente uma grande líder espiritual que, com seu exemplo guiava os discípulos, mas acima de tudo era a Mãe que conservava juntas todas as pessoas e coisas do āśram, como por laços invisíveis, com o poder de transformar a vida em alegria de viver e com sua ilimitada ternura, de fazer as pessoas felizes, contentes, fiéis e obedientes.
Śrī Aurobindo disse uma vez: «O Āśram é criação da Mãe, sem ela, não teria existido».
No dia 17 de Novembro de 1973, a Mãe deixou o seu corpo físico, com a idade avançada de 95 anos. A notícia espalhou-se célere e dos quatro cantos do mundo acorreram seus admiradores e discípulos para prestar a última homenagem àquela que ficou conhecida como a Mãe, do Āśram de Śrī Aurobindo.
«... e eu Te vejo em todo ser, em cada coisa, desde a brisa mais passageira, até o Sol radiante que nos ilumina e é Teu símbolo».
A Mãe

Texto adaptado do livro: A Mãe – Conversas - Editora Shakti
fonte- http://www.fundacaomaitreya.com/artigo.php?ida=284





Mira Alfassa, posteriormente chamada a Mãe, nasceu em Paris em 21 de fevereiro de 1.878. Desde a infância revelou seu imenso potencial espiritual, embora sua vida tenha seguido, primeiramente, o curso de linhas comuns. Mira estudou, casou-se, tornou-se mãe. Dotada de grande talento artístico, dedicou-se ao desenho, à pintura e à música. Mas principalmente vivia à procura de Deus, da Verdade, da Unidade. Por volta de 1.912, reuniu-se à sua volta um grupo empreendido no trabalho de autoconhecimento e autodomínio.
Em 1.914 viajou para a Índia, onde encontrou, em Pondicherry, Śrī Aurobindo. Identificando-se espontânea e totalmente com a grandiosa visão e busca espirituais de Śrī Aurobindo, ela sabe imediatamente que seu lugar e seu trabalho são ao lado dele. É em 1.920, passada a guerra mundial que a obrigou inicialmente a voltar para a França, que ela vai definitivamente para Pondicherry.

Juntando-se aos discípulos que estavam em torno de Śrī Aurobindo, dedicou-se, nos seis primeiros anos, à intensificação e aperfeiçoamento de sua disciplina espiritual. Quando, em 1.926, Śrī Aurobindo se retirou da convivência direta com os discípulos, ele entregou à Mãe a orientação e também a direção e organização concretas da comunidade que estava começando a se formar. Este foi o início do Śrī Aurobindo Ashram, que teve na Mãe a presença central, a força efetuadora a partir da qual tudo cresceu e se ordenou.
Em inteira concordância com Śrī Aurobindo, que via na união de interior e exterior a condição necessária para o indivíduo chegar ao desenvolvimento integral de si, ela introduziu, na vida da comunidade, como meios indispensáveis de expressão e realização espirituais, o trabalho, a educação física, as artes e outras atividades. Colocou, também, a busca e a pesquisa de uma nova educação no centro da vida do Ashram, fundando em 1.942 a escola que passa a ser, em 1.952, o Centro Internacional de Educação Śrī Aurobindo. Este centro realiza até hoje, contando com professores e alunos de várias nacionalidades, uma experiência em crescimento integral, denominada “livre progresso”, aplicando os princípios educacionais desenvolvidos por Śrī Aurobindo e a Mãe.

O Śrī Aurobindo Ashram – que hoje conta com cerca de 2.000 pessoas não só da Ásia, mas de todos os continentes, principalmente da Europa e América do Norte – abrange, além do campo da educação, muitos outros setores e serviços, tais como os de construção, alimentação, transporte, arte, tecelagem, secretaria, correio, fabricação manual de papel, indústria de algodão, etc. Em 1.968, com o incentivo e a determinação da Mãe, foi iniciada a construção de Auroville, cidade-modelo internacional, reconhecida e apoiada pela Unesco, destinada a realizar vivencialmente o ideal da Unidade Humana.
Sem se afastar da consciência desse trabalho de elaboração e aperfeiçoamento do todo, a Mãe vinha se dedicando, nos últimos anos, à realização de experiências espirituais pioneiras, referentes à transformação do corpo físico. Encontrando-se cada vez mais em condições físicas delicadas, a Mãe faleceu em 17 de novembro de 1.973.
fontr- http://www.iccfh.net.br/index.php?option=com_content&view=article&id=229%3Amira-alfassa&catid=44%3Abiografias&Itemid=1


Estrela de Maria
29 de Abril de 2011
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Meu apelido era Mãe, eu vou manter este apelido.


Irmãos e Irmãs amados, obrigada por sua presença, obrigada por seu acolhimento.
Eu venho expressar-me enquanto Estrela de Maria sobre a Atração.
A Atração é o que permite sair da Ilusão e entrar na Verdade.
Isso necessita, de minha parte, inicialmente, esclarecimentos quanto às definições dessas palavras.
A Verdade que eu falo não é a verdade de cada um porque, de fato, cada um tem sua própria verdade, que não é a verdade do outro.
Eu falo, evidentemente, da Verdade absoluta, aquela da Luz e de suas qualidades.
As qualidades da Luz sendo a Transparência, a Humildade, a Simplicidade e a Inteligência.
A Inteligência não tendo nada a ver com a inteligência humana.

Como lhes foi dito por NO EYES, o eixo VISÃO-ATRAÇÃO representou o eixo sobre o qual se apoiou o confinamento, opostos à Atração e à Repulsão.
A Atração que eu quero lhes falar é bem diferente da sedução ou do ímpeto.
A Atração que eu quero lhes falar conduz à Intenção e à Atenção de Luz e de Verdade absoluta.
A Verdade absoluta está ligada às qualidades intrínsecas da Luz, do Amor e nada tem a ver com sua verdade pessoal, a verdade de cada um ou o que pode ser conhecido quanto ao Amor e à Luz, ou percebido quanto ao Amor e à Luz.
A Atração que eu falo é aquela do Coração, diretamente reconectada à visão do Coração, ao Fogo do Coração, vindo romper o Fogo Luciferiano, o Fogo do desejo.

Esta Atração não é uma ação.
Esta Atração aproxima-se do que é denominado Ahimsa, ou seja, o ‘não desejo’.
O não desejo não é esconder seus desejos.
O não desejo não é um desejo constrangido.
O não desejo é um ‘estado’ diretamente religado à Visão do Coração permitindo estabelecer-se na Unidade, na Profundez e permitindo superar a verdade pessoal e a ilusão pessoal.
A ilusão pessoal é constituída pela ilusão da personalidade, pela ilusão do Eu, pela ilusão dos ímpetos, desejos existentes em toda vida humana, desde sua presença sobre esse mundo.
Esse mundo é Ilusão, Maya.
Ele é conduzido pelo desejo existindo em meio ao eixo desviado ATRAÇÃO-VISÃO.
Este círculo vicioso, este confinamento, como vocês o sabem, está rompido.
O encanto rompeu-se para alguns que descobriram a Dimensão de Eternidade, denominada Estado de Ser, Fogo do Coração, Fogo do Espírito.
A Atração que eu falo é então um estado de não desejo, para não confundir com o desejo do ego, com o ímpeto do ego, com a sedução do ego.
O não desejo é um estado de não espera, é um estado de vacuidade onde a Luz pode agir, onde se revela então o Fogo do Espírito (pela Inteligência, pela Humildade, pela Simplicidade) que vem substituir, eu diria, todas as mãos, as ações da personalidade.

O Fogo do Coração, qualquer que seja seu lado ardente, vem pôr fim ao Samsara, à ilusão e ao Ahimsa, o desejo.
Neste estado predomina o que é denominado a Alegria, o Samadhi, a Paz.
É um estado de plenitude, chamado também de completitude, onde mais nada pode ser desejado no exterior de si.
A Realização do Si não tem que agir e, no entanto, ela é ação.
A Realização do Si não tem que desejar.
Ela entra na Atração inelutável da Luz para aquele que vive a Humildade, a Simplicidade e a Inteligência.
A Ilusão está ligada ao desejo, à falsificação da ATRAÇÃO-VISÃO tendo substituído o eixo AL-OD, tendo criado, literalmente, a personalidade aprisionada, cortada, separada da A FONTE e do estado de Plenitude.
A personalidade é, e será sempre, marcada, por esse princípio de confinamento, pela não satisfação dos desejos reproduzindo-se ao infinito, quaisquer que sejam esses desejos.
Eu digo sim quaisquer que sejam esses desejos.
Que esse desejo se exprima ao nível de inclinações denominadas inferiores (como as drogas, como o álcool, como a sexualidade de tipo animal), como os desejos os mais elevados (espirituais, entre outros, esotéricos, se vocês preferem).

Muitos mestres, dos quais SRI AUROBINDO, teriam falado: o estado de não desejo é indispensável para a realização do Ser.
Esclarecer os desejos, podar os desejos, não conduzir ao não desejo, mas permitir acelerar o processo de não desejo manifestando-se em meio ao Fogo do Coração.
O não desejo é o estado em que predomina a Atração pura da Luz, não enquanto busca exterior, não enquanto conceito, não mais enquanto percepção, mas enquanto estado de Plenitude acompanhando-se, ao nível da Consciência, de um sentimento de vacuidade, permitindo o estabelecimento, por esta vacuidade, do estado de Sat Chit Ananda.

A Atração, quando ela rompe o círculo vicioso da Ilusão, dos desejos, vai permitir redirecionar o Eixo e ajustar a Cruz da Redenção.
Isso passa, é claro, por uma Virtude essencial, mas não suficiente, denominada Aqui e Agora porque o desejo é sempre procedente de uma insatisfação ou de uma necessidade de satisfação e então, de alguma forma, de uma projeção da consciência fora do tempo presente, fora do instante.
Não pode ser encontrado não desejo em qualquer projeção, em um futuro ou em um passado.
Visto que o passado é o impulso do desejo e o futuro é a projeção do desejo para sua realização.
Ahimsa, não desejo, necessita já um esforço no Aqui e Agora.
Não um esforço do Aqui e Agora na meditação, mas o Aqui e Agora presente a cada instante.
Este estado de Presença a si mesmo, no Aqui e Agora, é uma das condições prévias ao desaparecimento do desejo e não do seu controle, ou seja, ao aparecimento da Atração final à Luz, não sendo mais um desejo, mas realmente, como o disse minha Irmã Hildegarda, uma tensão para o Abandono.
Esta tensão para o Abandono reenvia à Repulsão da Ilusão.
Vocês não podem fazer desaparecer a ilusão da encarnação por um desejo.
Vocês não podem fazer desaparecer a ilusão da encarnação pela morte já que há reencarnação.
A única maneira de fazer desaparecer a ilusão da encarnação é justamente estar Presente nesta encarnação e não mais estar Presente nem no passado, nem no futuro.
É, de certa forma, parar o tempo.
Parar o tempo conduz ao Ahimsa, o não desejo.

O não desejo coloca-os em Vacuidade, esvazia-os do que não está no instante presente, de suas próprias emoções, de suas próprias seduções, de sua própria verdade, mais frequentemente não oriunda de suas experiências, mas unicamente de crenças e de condicionamentos.
A crença e o condicionamento encontram sua origem em seu passado, denominado educação ou mesmo experiências passadas de sua vida, e se traduzem por uma adesão afastando-os do instante presente.
O instante presente não é jamais referência em relação a uma experiência passada e ainda menos em relação a um resultado futuro.
O não desejo começa a aparecer paralelamente à Visão do Coração.
A Vacuidade permite a instalação, como o dizia SRI AUROBINDO, a descida do Supramental na cabeça e agora, desde a liberação do Sol, diretamente no Coração.
O Coração é um estado do Ser além da personalidade, o que quer dizer que a personalidade não permitirá jamais viver o não desejo e o Coração.
A personalidade não é a ferramenta que conduz ao Coração.
Ela é o obstáculo.
O corpo físico é o receptáculo e o templo da Luz, qualquer que seja sua ilusão, porque seu Espírito está confinado nesse Corpo como no Sol.

Silenciar a personalidade não pode se obter pelo constrangimento, porque o que se opõe, reforça.
É uma lei geral em meio à dualidade.
O Espírito é livre.
O Espírito é a Vacuidade.
O Espírito é a Supraconsciência.
A instalação do Aqui e Agora permite se aproximar do redirecionamento do eixo Atração-Visão falsificado e de substituí-lo pelo AL-OD, o Caminho, a Verdade e a Vida, o Alfa e o Ômega.
É uma condição prévia, permitindo, pouco a pouco ou brutalmente, fazer cessar a ilusão do Eu e de qualquer desejo.
Quando a Consciência está centrada no instante, integralmente, nenhum desejo, nenhuma projeção, nenhum medo pode se manifestar.
Isso se denomina ‘entrar no Presente’, que é a etapa anterior à Paz e ao Samadhi.

Sair de sua Verdade é sair das personalidades múltiplas do Ser, das crenças múltiplas, dos condicionamentos múltiplos do Ser e então das verdades oriundas não da experiência, mas das crenças.
O instante presente não tem que fazer suas verdades, como o instante presente não tem que fazer sua personalidade.
Não é jamais a personalidade que os conduzirá a viver o não desejo porque a personalidade é o corpo de desejo, denominado corpo astral e corpo mental.
Existe uma barreira intransponível, denominada corpo causal, aí onde se inscreve a lei de karma pertencendo à Ilusão e à Verdade desse mundo, mas certamente não do Espírito.
É preciso superar esses diferentes estratos ou essas diferentes camadas, que eu denomino ‘personalidades múltiplas’, para instalarem-se no Presente.
O Presente não é somente um estado de meditação ou de Vacuidade.
A Vacuidade resulta do instante presente.
Não é porque vocês esvaziam seus pensamentos, suas emoções, seu passado, suas projeções no futuro que a Atração nasce.
É uma primeira etapa, mas ela não é suficiente.
A etapa essencial não acontece nesses estados Interiores e nesses espaços Interiores, mas acontece, definitivamente, na ‘conduta’ de sua vida exterior.

Sair da Ilusão é já não mais se mentir porque a partir do momento em que vocês não mentem mais a vocês mesmos, vocês não podem mentir aos outros.
O que significa não se mentir?
Isso significa ver-se claramente enquanto personalidade portadora de certo número de verdades que não são a Verdade, mas que são as adesões procedentes de crenças, procedentes de feridas, procedentes de condicionamentos, procedentes, de maneira geral de seu passado.
Dito ainda de outra forma, vocês não são seu futuro.
Vocês são a ilusão desse passado, a ilusão desse futuro, dando-lhes a ilusão de suas próprias verdades.
Desiludir-se é ver-se claramente.
Os motores são: a Humildade e a Simplicidade.
Bem além dos comportamentos mostrados e dados a mostrar aos seus Irmãos e Irmãs, mas já no que diz respeito a vocês mesmos.
Aceitar ver-se sem julgamento, sem culpabilidade, com alegria e leveza porque a leveza são as primícias da Alegria.
A personalidade não pode conhecer qualquer alegria, ela apenas pode conhecer a satisfação de um desejo oriundo de uma projeção ou de uma crença.

A origem da Alegria autêntica denominada Samadhi consiste já em sair de suas próprias ilusões com relação às suas próprias verdades.
Esse é um mecanismo de transcendência da Verdade, de aceitação de que o conjunto do que vocês são não é o que vocês creem, procedente de um passado, procedente de uma pessoa, procedente de um papel, de uma função ou de um fazer.
É preciso, de algum modo, persuadir vocês mesmo de que vocês não são nada disso.
É aliviarem-se do peso de todas as crenças relativas ao que vocês são, relativas ao mundo, relativas às aparências desse mundo, para penetrar A Verdade.
Naquele momento, vocês aceitam lamentar suas próprias verdades e sua própria ilusão.
Vocês começam a desprender-se de seu corpo de desejo, de seu corpo de projeção mental, para dar lugar à instalação da Vacuidade preenchendo-os de Luz, nesta Atração à Luz, nesta tensão para o Abandono que é uma forma de Repulsão de tudo o que não é a Luz, ou seja, de tudo o que é esse mundo, mantendo-se nesse mundo porque seu Corpo ali está e porque ele é o templo onde se constrói o Ilimitado.
Esta construção está presente, por toda eternidade, apesar da falsificação.
Há apenas um falta de conhecimento do Ser.
Os fatores os mais importantes desta ignorância do Ser são as próprias adesões do Ser, ele mesmo, às suas próprias ilusões e às suas próprias verdades, existindo apenas o tempo da crença, fazendo-os passar de um marido a outro marido, de uma religião a outra religião, de uma situação a outra situação, de uma emoção a outra emoção.

O não desejo é anterior à instalação da Paz depois da Alegria.
Enquanto existe o menor desejo, vocês ficam submissos ao fogo Prometéico da Ilusão, Fogo Luciferiano.
E vocês basculam da Atração à Repulsão, em amor, em sentimentos, em ações.
Viver a Atração da Luz é sair da ilusão da luz, é aceitar que tudo o que lhes é dado a ver, tudo o que lhes é dado a perceber nesse mundo, não é a Luz.
É também colocar como aceitação, e não como crença, com relação à Ilusão desse mundo, sem, contudo, rejeitar a Vida.
Pelo contrário, é encontrar a Vida.
Sair de sua própria ilusão, sair de suas próprias verdades conduz ao fim da Ilusão e à instalação da Verdade da qual os pilares, eu lembro a vocês, são: a Humildade, a Simplicidade e Aqui e Agora.
Naquele momento, e devido à chegada dos três constituintes da Luz, Verídica, Vibral, então, naquele momento, e unicamente naquele momento, qualquer que seja o apelo que vocês tenham vivenciado, da Luz (cuja testemunha é a Coroa Radiante da cabeça), vocês poderão instalar-se no não desejo, na Paz e na Alegria.
Naquele momento, e somente naquele momento, vocês poderão sair totalmente de suas ilusões e de suas verdades, porque vocês irão se tornar a Verdade enquanto Filho Ardente do Sol Ki-Ris-Ti.
Isso requer certo número de perdas ou, se vocês preferem, de desilusões de vocês mesmo, da conduta de sua vida, da conduta de suas relações, da conduta de seus apegos, de suas ligações e de seus confinamentos.

Estar lúcido, sem culpabilidade, porque viver o não desejo é Alegria e Leveza e não constrangimento e peso, porque não é a personalidade que decide, são vocês que decidem se colocar como observador de sua própria personalidade.
Naquele momento, vocês estão conscientes de que quando há um desejo ou uma emoção, vocês constatam que vocês não são este desejo, que vocês não são esta emoção.
Há então um distanciamento indispensável e anterior ao que se manifesta sua personalidade, permitindo-lhes apreender de que vocês não são isso.
Tudo isso representa etapas indispensáveis ao estabelecimento do Fogo do Coração.
Dito em termos mais simples, isso pode se denominar o Abandono à Luz, hoje desenvolvido pela revelação e pelo desvendamento das doze Estrelas, permitindo-lhes, de maneira muito mais ativa e passiva, penetrar o Fogo do Coração.

Não há nada a desejar que não esteja já, com relação ao Estado de Ser.
Não há nada a desejar para um futuro, porque tudo se vive no instante presente.
O tempo, como muitos de vocês disseram, é uma ilusão total, ao qual a crença deu corpo, tornando ainda esse corpo envelhecido e morto, mas de fato a Consciência não morre jamais, mesmo em seu confinamento.
O problema é sua identificação ao seu confinamento e então ao peso, e então ao desejo, qualquer que seja este desejo.
O estabelecimento da Atração à Luz e então da Repulsão de tudo o que não é a Luz, ainda uma vez, não é uma negação da Vida, mas, pelo contrário, uma aceitação total e integral da Vida, em todos seus constituintes, na condição de não ali se identificar, de recusar qualquer identificação ao que é ilusório, efêmero e não eterno.
Naquele momento, vocês estarão prontos para viver o abrasamento do Coração.
A Ilusão Luciferiana, Prometéica, o corpo de desejo, o corpo de projeção, o corpo causal serão queimados pelo Fogo do Espírito, mantendo-se esse corpo, no momento.
O corpo terá sido, portanto, o receptáculo físico da manifestação do Espírito, da Eternidade.
Isso é especialmente facilitado, como eu disse, pela liberação do Sol, mas também pela fusão dos Éteres, em curso atualmente.

O mês de maio será certamente o mês mais propício para viver e realizar isso.
Distanciando-se do ilusório e do efêmero, distanciando-se de sua personalidade e de seus próprios desejos, de suas próprias ilusões e de suas próprias verdades, então, vocês poderão sair da Ilusão e entrar na Verdade, e se beneficiar quanto aos seus efeitos.
Quais são esses efeitos?
Eu os desenvolvi: não desejo, Paz, Alegria, completitude e plenitude.
Isso lhes permitirá desidentificar-se totalmente de sua própria personalidade, mantendo a Alegria e a vida desta personalidade, nos tempos que restam a transcorrer em meio a esse mundo.

Hoje há muito, nesse mundo, menção de “Eu sou”.
“Eu sou” não é o Si.
“Eu sou” é uma afirmação da personalidade.
Viver o Si é justamente o inverso de “Eu sou”.
Ou então: “eu sou aquele que eu sou”, distanciando-se do “eu sou”.
O “eu sou” ou “I am” não tem nada a ver com a Presença da Eternidade.
É a presença do ego colocada em seu paroxismo.
Viver a Verdade da Luz poderia ser eventualmente: “eu não sou” ou “eu não sou nada”, o que não é realmente a mesma coisa.
O Si não pode se afirmar enquanto “eu sou”.
O Si vive-se pela Paz, pelo não desejo e pela Alegria e não por qualquer decreto ou por qualquer proclamação de um estado ilusório.

Muitos ensinamentos, hoje, visam utilizar o Supramental em benefício do ego.
Nesses tempos finais em que SRI AUROBINDO disse, ‘haverá muitos chamados e poucos escolhidos’, é importante estabelecer os fundamentos da Verdade, não para denunciar a Ilusão, mas sim para elevar-se além desta Ilusão, não para negá-la, mas para superá-la, o que não é a mesma coisa.

Atração.
Atualmente, a passagem do Fogo em suas Lareiras, o aparecimento do Fogo sobre a Terra e em seu Céu, representados pelas irradiações gama, vão induzir um despertar profundo do Fogo do Espírito, ao qual irá se opor o Fogo Prometéico ou Fogo ‘por atrito’, refletindo-se, sobre a Terra, por comportamentos diametralmente opostos.
Aquele do ego é da ordem da reivindicação.
Reivindicação da liberação, reivindicação do “eu sou”, reivindicação da própria liberação, mas não liberação, porque apego.
E, de outro lado, o Fogo do Espírito, transcendência e imanência, não desejo, Alegria.
Não há duas maneiras de sair da Ilusão, há apenas uma.
É isso que eu vim dizer a vocês.

Eis o que eu tinha para desenvolver com relação à Atração e sua localização no triângulo Prometéico redimido, prefigurando sua própria redenção total, seu futuro após o Fogo do Espírito e o Fogo da Terra.
Ninguém pode fugir dele mesmo, no que ele crê e no que ele é, em Verdade.
É esse trabalho que, de fato, reingressa o não desejo, que se realiza ou não em vocês.
Se vocês têm perguntas em relação a isso e somente em relação a isso, então eu ali respondo.

Pergunta: em caso de subir novamente o ego, é justo dizer: “eu não sou nada”?

Completamente.
De observar, de olhar o que sobe, mas, sobretudo, de bem considerar que vocês não são isso.
A identificação da elevação do corpo de desejo ou do corpo de projeção, procedente de suas feridas ou de condicionamentos do ser humano, afasta-os do não desejo e os levam para o desejo.
Dito de outra forma, vocês não são o Eu.
Vocês são algo bem maior que não é desse mundo, mas vocês não podem ser o Eu e ser outra coisa.
Vocês podem dizer: “eu sou o Alfa e o Ômega”.

Pergunta: se um desejo aparece, conscientemente, como não viver a frustração?

O desejo está ligado, justamente, a uma frustração.
Constranger o desejo reforça a frustração.
Não há então que lutar contra o desejo que o reforça.
Não há tampouco que sucumbir ao desejo.
Trata-se de um processo de se desvencilhar do desejo.
O desejo é feito para fazê-los sair do instante, recorrendo a uma satisfação situada no instante seguinte, qualquer que seja este instante seguinte.
Imagine que se encontre diante de vocês, sobre uma mesa, o objeto que vocês desejam acima de tudo, que lhes daria o máximo prazer de consumir, de possuir, o que é exatamente o mesmo, que isso seja um objeto ou um ser humano.
Renunciar não quer dizer frustrar-se.
É já sair do desejo, não recusando o desejo, não o aceitando, mas tomando consciência de que vocês não são este desejo que pertence ao seu corpo de desejo, que não é você mesmo.
Enquadrando-se novamente no instante, vocês sairão da projeção deste desejo vindo do passado, de um condicionamento, de uma crença ou de uma ferida, o corpo de projeção ou corpo mental, pouco a pouco, abandonará o processo.
O desejo esvanecer-se-á por ele mesmo.
A satisfação do desejo reproduz o desejo.
A frustração do desejo reproduz o desejo.
Se vocês aceitam ver-se em todas as partes de si mesmo, ilusórias, nos diferentes corpos que eu acabo de falar, pouco a pouco, pelo fato mesmo de se ver e de aceitar verem-se, vocês entrarão em distanciamento e mesmo em recusa, em desidentificação do Eu, para penetrar, através da Humildade e da Simplicidade, na inteligência da Luz e em sua dimensão de Eternidade.
“Eu não sou nada” ou “eu sou Tudo”.
O que não é: “eu sou”.
Sendo o Tudo, vocês não podem ser uma parte expressando um desejo, porque o Tudo não precisa de nada além de Ser.

Pergunta: e quanto a não sentir desejo em períodos de “depressão”?

Beneficiem-se deste período de não desejo para percorrer o caminho do Ser.
A depressão é a negação do desejo, o que não quer dizer que não há qualquer desejo.
Estes estão frustrados, isso não é o não desejo, como parte da depressão.
Isso não é o Ahimsa, mas o lado oposto do desejo, que não foi satisfeito, e que se manifesta pela autofrustração ou pela autopunição.
É o mesmo quando o desejo não pode ser satisfeito.
Naquele momento, vai aparecer um não desejo, mas que é apenas uma frustração, porque, nesse caso da depressão e da frustração, há uma ‘queixa’, devido ao não desejo.
Na Verdade do Ser, há não desejo e plenitude, isso é profundamente diferente.

Pergunta: na noção de desejo, vocês incluem as necessidades / desejos essenciais, como dormir?

O desejo de dormir não é um desejo, mas uma necessidade, conferida pelo corpo.
É preciso não confundir o desejo e a necessidade.
No que se refere, por exemplo, à sexualidade, vocês irão ‘disfarçar’ o desejo em necessidade.
Não existe necessidade, neste nível, existe apenas um desejo.

Pergunta: ao nível da nutrição, ao nível da água, existe uma necessidade também.

Sim, mas às vezes essa necessidade pode assumir, aí também, a máscara do desejo.

Pergunta: como diferenciar uma necessidade e um desejo?

A necessidade é uma evidência corporal.
O desejo é uma evidência do corpo de projeção ou do corpo de desejo.
Se há sintomas reais de falta de nutrição, então, vocês irão experimentar o vazio e seu corpo lhes dirá, pelos sintomas que lhes são próprios, que ele precisa comer.
Se vocês começam a salivar, sem ter fome, diante de um alimento que lhes é apresentado, isso é um desejo e não uma necessidade.
A necessidade não é expressa por outra coisa além do corpo.
Ele traduz a necessidade no sentido ‘fisiológico’.
Quando vocês dizem: “eu preciso respirar”, em relação a uma situação, ou: “eu necessito de ar”, é um desejo ou é uma necessidade?
É a mesma problemática.
A necessidade é fisiológica e está inscrita no corpo.
O desejo está inscrito no ‘corpo de desejo’ e não no corpo.
Novamente, frequentemente, o desejo se disfarça em necessidade.
Mas a diferença essencial situa-se na demanda do corpo.
Se nós tomarmos o exemplo da sexualidade, o caso mais comum para o ser humano: vocês veem uma pessoa, seu corpo pode reagir sem que vocês tivessem o menor desejo, isso chega.
É uma necessidade.
Mas essa necessidade, no entanto, será satisfeita?
Porque há uma necessidade, concordo.
Naquele momento, a necessidade vai se transformar em desejo e em frustração.
Vocês podem sentir um desejo, no campo da fantasia, sem qualquer necessidade.
Trata-se do ‘corpo de desejo’ e não do corpo físico.
Compreendam bem que, quando vocês descobrem e vivem o Fogo do Coração, o Ahimsa (não desejo, Paz e Alegria), vocês podem comer por prazer, mas sem desejo.
Nada é proibido.
Simplesmente, é preciso definir a origem e o fim de um ato ou de um acontecimento.
Em um caso, há não desejo, o Ahimsa, então, as coisas são claras: a Consciência vê claramente a ausência de necessidade, a ausência de desejo, mas nada a impede de se privar de um prazer que não seja um desejo.
Pouco a pouco, ou brutalmente, não haverá sequer necessidade de manifestar este prazer, traduzindo-se então por modificações espontâneas de comportamentos quaisquer que sejam, alimentares, sexuais ou outros.
Isso não é uma frustração, mas vocês são, literalmente, nutridos pela Luz.
Naquele momento, efetivamente, pode-se muito bem não mais ali ter necessidade de dormir, de comer ou mesmo de respirar.

Pergunta: como diferenciar necessidade e desejo na participação deste tipo de estágio?

Isso é pessoal.
Se não há necessidade, se não há desejo, então é um ‘prazer’.
Mas este prazer, como todo prazer, é supérfluo.
Dessa maneira então, efetivamente, vocês não têm necessidade de nada para realizar o Si.
Mas ainda é preciso ser capaz de se desvencilhar sozinho de tudo o que é a personalidade.
A dinâmica de grupo permite justamente essa abordagem, porque os outros são todos ‘espelhos’ reenviando-nos a nós mesmos e, portanto, ao Eu que não é o Si.
A solução ou a resposta à questão é simplesmente: você está na Alegria ou você não está na Alegria, o que você faz?

Pergunta: o que pode agradar à personalidade que não gosta necessariamente da individualidade espiritual?

Há apenas a individualidade que pode responder.
Lembrem-se também de que eu falei de ‘personalidades múltiplas’ e que muitas vezes a individualidade chamada a si é apenas um reflexo de outra personalidade presente em meio à personalidade.
Como distinguir?
Isso não é, neste caso, pelo não desejo (que pode ser sugerido pela individualidade que é, de fato, uma personalidade complexa), mas pela Paz e pela Alegria, e, principalmente, pela transparência.
Em meio à transparência, não pode existir o menor conflito entre uma personalidade e uma individualidade, que não existe.

Pergunta: pode-se dizer: “eu sou a Fonte em busca dela mesma”?

Não há qualquer busca.
A busca é uma ilusão do ego.
Há desvendamento e revelação.
Esta revelação não é uma busca, ela é uma ‘estado’.
Buscar é concordar com o peso da personalidade.
Não há nada a buscar que não esteja já.
Sobretudo agora.

Pergunta: poderia desenvolver sobre a noção de transparência?

A transparência é deixar passar a Luz.
Não mais manifestar resistência.
Tornar-se transparente necessita não mais existir, não mais reivindicar o que quer que seja.
É tornar-se, efetiva e concretamente, a Luz.
A transparência que eu falo é, evidentemente, em relação à transparência de um vidro.
É exatamente a mesma coisa.
O ego, ligado ao fogo do ego, é o fogo da resistência à transparência, ligado ao isolamento e ao confinamento na ilusão.
O ego existe pela ‘resistência’ porque se ele não tivesse resistência e transparência total, naquele momento, vocês iriam se dissolver totalmente na Luz e viver a Alegria e o Samadhi.

Pergunta: a atividade sexual é, no entanto, o suporte da reprodução, da criação.

Eu responderei muito simplesmente.
Se os seres humanos tivessem parado de procriar, a Ilusão não mais existiria.
Isso explica porque a grande maioria dos Seres despertos, total ou parcialmente, homem ou mulher, nunca teve descendência, exceto o Cristo, por outras razões.

Pergunta: isso significa que o desejo de se reproduzir não está ligado à criação original?

Absolutamente não.
Nos mundos Unificados, vocês se criam vocês mesmos.
Vocês não passam por uma filiação biológica.
Nos mundos livres de carbono, a procriação, no sentido em que vocês a entendem e a concebem e a praticam, não existe absolutamente.
Quando Maria lhes disse que vocês são seus filhos, vocês saíram de seu ventre?
Maria não é absolutamente sua mãe, em Espírito.
Vocês são os filhos do Um, os filhos de A Fonte.

Pergunta: como, nos mundos Unificados, nós mesmos nos criamos?

Eu não compreendo a pergunta.
Criar-se a si mesmo nos mundos Unificados é não passar por uma filiação biológica.
Ser os filhos de Maria corresponde à carne, isso não quer dizer que Maria deu à luz, mas que vocês são portadores de sua carne, como vocês são portadores de Cristo, dos Arcanjos, da mesma maneira.
Nos mundos Unificados vocês criam um corpo, vocês manifestam esse corpo, instantaneamente.
Nos mundos em carbono ditos Unificados, há gestação, mas esta gestação corresponde a uma necessidade.
Os corpos de carbono têm uma duração de vida que não é eterna, contrariamente aos outros corpos.
Uma Consciência livre, manifestando-se em um corpo, decide deixar um corpo e reinvestir em outro corpo.
Este outro corpo vai então recorrer aos genitores, que o aceitaram, mas que não o decidiram pelo desejo, prazer ou reprodução.
Raros são os seres humanos que podem dizer entender uma alma querendo falar com eles.
Mas isso nos afasta, aí também, do que eu falo.
Eu lhes agradeço de retornar ao que eu falei.

Nós não temos mais perguntas, nós lhe agradecemos.

Então juntos, vivamos nossa Graça e nosso prazer de estarmos juntos.
Que as bênçãos do Um os sigam e os conduzam.

Mensagem da Amada MÃE (Mira Alfassa) no site francês:
29 de abril de 2011
(Publicado em 30 de abril de 2011)
Tradução para o português: Zulma Peixinho
http://portaldosanjos.ning.com
fonte- http://recrie-se.blogspot.com.br/2011/04/mae-mira-alfassa.html

(A Mãe, Preces e Meditações, p.236)
http://conversasdavida.blogspot.com.br/2009/08/paz-paz-sobre-terra.html
http://www.portaldosanjos.net/2011/01/mira-alfassa-mae.html
http://www.fundacaomaitreya.com/artigo.php?ida=284
http://agharta-mundointerior.blogspot.com.br/2012/04/o-silencio-por-mirra-alfassa-mae.html
http://gdesantis-poemas.blogspot.com.br/2011/12/mirra-alfassa-mae-biografia.html
http://varna.zip.net/arch2010-12-05_2010-12-11.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Mirra_Alfassa
http://yogainstitutoaravinda.blogspot.com.br/2011/02/mirra-alfassa-artista-e-musicista.html

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