Edith Theresa Hedwing Stein foi uma filósofa e teóloga alemã. De origem judia, converteu-se posteriormente ao catolicismo, tornando-se carmelita descalça. Primeira mulher a defender uma tese de Filosofia na Alemanha, foi discípula e depois assistente de Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia.1. Morreu aos 51 anos, no campo de concentração de Auschwitz birkenau. Em 11 de outubro de 1998, foi canonizada pelo papa João Paulo II, como Santa Teresa Benedita da Cruz.
’A ciência da cruz não se pode adquirir sem que ela nos pese realmente sobre os ombros’.
A Igreja aponta como exemplo uma mulher que achava injusto produzir filosofia e fechar os olhos à miséria.
A canonização de Edith Stein, no dia 11 de outubro de 1998, como todo ato solene da Igreja ao declarar a santidade de uma pessoa, apresentou-a como modelo de vida. Santa Teresa Benedita da Cruz – nome que Edith Stein adotou ao entrar no Carmelo – buscou no recolhimento interior a fonte de um dinamismo avassalador que a levou a uma produção de mais de mil e quinhentas páginas impressas, numa das quais declarou: ‘quanto mais profundamente alguém é atraído para Deus, tanto mais intensamente deve ‘sair de si’ para irradiar ao mundo vida divina’.
Nascida em 12 de outubro de 1891, Edith Stein foi a sétima filha de um casal de judeus piedosos habitantes de um gueto na cidade de Breslau (hoje Wroclaw, no sudoeste da Polônia). Seu pai morreu em uma viagem de negócios quando ela tinha apenas três anos, o que fez sua mãe assumir o comércio familiar de madeiras. Com o amadurecimento nos estudos, especialmente da filosofia, irá se desligando da religião: ‘a sede da verdade era minha única prece’.
SANTA EDITH STEIN (TERESA BENEDITA DA CRUZ)09/08
Edith Stein (Edit Stain) nasceu na Alemanha, no dia 12 de outubro de 1891, em uma próspera família de judeus. Desde menina, Edith era brilhante nos estudos. Na adolescência viveu uma crise, abandonou a escola, as práticas religiosas e a crença em Deus. Depois, terminou os estudos, recebendo o título de doutora.
Depois de ler a autobiografia de Santa Teresa d'Ávila, a jovem judia foi tocada pela luz da fé e converteu-se ao catolicismo. Sua mãe e os irmãos nunca compreenderam ou aceitaram sua adesão ao Cristo.
Em 1933, chegavam ao poder o partido nazista. Todos os professores que não eram alemães foram demitidos. Para não ter que abandonar o país, Edith fez-se noviça da Ordem do Carmelo. Com o hábito Carmelita passou a ser chamada de Teresa Benedita da Cruz.
Quatro anos depois, a perseguição nazista aos judeus alemães se intensificou e Edith foi transferida para a Holanda. Em julho de 1942, publicamente, os Bispos holandeses emitiram sua posição formal contra os nazistas e em favor dos judeus. Hitler considerou uma agressão da Igreja Católica local e revidou.
Em agosto, oficiais nazistas levaram Edith do Carmelo. Neste dia, outros duzentos e quarenta e dois judeus católicos foram deportados para os campos de concentração. Edith Stein procurava consolar os mais aflitos, levantar o ânimo dos abatidos e cuidar do melhor modo possível das crianças. Assim ela viveu alguns dias, suportando com doçura, paciência e conformidade a Vontade de Deus.
No dia 07 de agosto de 1942, Edith Stein e centenas de homens, mulheres e crianças foram de trem para o campo de extermínio de Auschwitz (auschuits). Dois dias depois foram mortas na câmara de gás e tiveram seus corpos queimados.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Edith Stein e a ciência da cruz
http://www.cademeusanto.com.br/santa_edith.htm’A ciência da cruz não se pode adquirir sem que ela nos pese realmente sobre os ombros’.
A Igreja aponta como exemplo uma mulher que achava injusto produzir filosofia e fechar os olhos à miséria.
A canonização de Edith Stein, no dia 11 de outubro de 1998, como todo ato solene da Igreja ao declarar a santidade de uma pessoa, apresentou-a como modelo de vida. Santa Teresa Benedita da Cruz – nome que Edith Stein adotou ao entrar no Carmelo – buscou no recolhimento interior a fonte de um dinamismo avassalador que a levou a uma produção de mais de mil e quinhentas páginas impressas, numa das quais declarou: ‘quanto mais profundamente alguém é atraído para Deus, tanto mais intensamente deve ‘sair de si’ para irradiar ao mundo vida divina’.
Nascida em 12 de outubro de 1891, Edith Stein foi a sétima filha de um casal de judeus piedosos habitantes de um gueto na cidade de Breslau (hoje Wroclaw, no sudoeste da Polônia). Seu pai morreu em uma viagem de negócios quando ela tinha apenas três anos, o que fez sua mãe assumir o comércio familiar de madeiras. Com o amadurecimento nos estudos, especialmente da filosofia, irá se desligando da religião: ‘a sede da verdade era minha única prece’.
Em Göttingen, reúne-se ao grupo da fenomenologia de Husserl, de que faziam parte Dietricht von Hildebrand e Max Scheler. Dedica-se com empenho às pesquisas acadêmicas até que em agosto de 1914 interrompe os estudos e ingressa na Cruz Vermelha para colaborar no cuidado das vítimas da primeira Guerra Mundial.Husserl a convida para ir a Friburgo organizar os seu manuscritos em 1916.
Edith Stein doutora-se no ano seguinte. Mulher sóbria, mas com muitos amigos, como os Conrad´Martius, na casa dos quais passa uma temporada para descansar um pouco. Era uma residência de férias na Baviera. Numa noite de insônia, procura um livro e toma nas mãos uma obra de Santa Teresa de Jesus, o Livro da Vida, que é uma narração clássica, na verdade um convite que em certas passagens adquire um tom de intimação carinhosa para que a alma entre por caminhos de oração. No dia seguinte providencia um missal e um catecismo que estudará cuidadosamente.
Dias depois, assiste à Santa Missa e pede ao pároco que lhe administre o batismo. Após ter sido advertida de que é necessária uma preparação prévia – a catequese – Edith pede que ele a interrogue. Admirado com os conhecimentos da jovem, o sacerdote marca a data do batismo para o dia 1º de janeiro de 1922, e ela escolhe o nome cristão de Teresa. A conversão de membros de famílias hebraicas provoca uma mudança de vida.
Edith Stein não ignora a profundidade das consequências de sua atitude, mas faz questão de contar para a mãe a sua opção. Cai de joelhos à sua frente e diz: ‘Mamãe, eu sou católica’. Anos mais tarde recorda que foi a primeira vez que a viu chorar. Carinhosa e filial, permanece em Breslau seis meses acompanhando a mãe e frequentando com ela a sinagoga. Não há como negar os fatos, e a anciã deixa-se impressionar:
‘Eu nunca vi ninguém rezar como Edith’. Após doze anos de espera, ingressa no Carmelo em 15 de outubro de 1933. Nos intervalos entre as atividades do convento, escreve muitas obras, como o livro Ser finito e ser eterno, um tratado sobre o homem e Deus em que se ocupa da Einfühlung, ou empatia, tema próprio da fenomenologia.
A empatia para ela é uma das várias possibilidades de encontrar o outro e viver em uma comunidade. Na sua opinião é injusto produzir filosofia e manter-se alheio à miséria e às mortes do mundo. Para fugir do nazismo dirige-se, sob ordens de suas superioras, a um carmelo em Echt, na Holanda, onde aprenderá seu sétimo idioma, o holandês. Para a fenomenologia, o aparecer dos conceitos na mente, a intuição, a experiência vital são temas centrais. Como o valor de uma doutrina se mede pela sua potencialidade de ser encarnada em pessoas, o valor da obra de Edith é significativo – seu último livro, A ciência da cruz, foi uma espécie de antevisão do que aconteceria com ela. No dia 2 de agosto de 1942 os oficiais nazistas buscaram-na no parlatório do convento.
Em sua última carta às monjas diria: ‘A ciência da cruz não se pode adquirir sem que ela nos pese realmente sobre os ombros. Desde o primeiro instante eu estava convencida, e a mim mesma me dizia: Ave crux, spes unica!’. A data e o local exato de sua morte são desconhecidos, sendo bastante provável que tenha morrido em Auschwitz, entre 2 e 9 de agosto de 1942. Na cerimônia de sua canonização, a que assistiram milhares de pessoas, o Papa João Paulo II disse que o ato deveria ser uma ‘ponte de compreensão’ entre os católicos e os judeus. A declaração de santidade de uma pessoa que viveu a espiritualidade católica deve ser interpretada como uma proclamação de que os melhores exemplos para os católicos são os santos, entre os quais está Edith Stein.
Como autêntica judia, solidarizava-se com os sofrimentos de seu povo. Como autêntica cristã, soube encontrar a Cruz nos horrores da perseguição nazista. Em suas palavras, ‘mas agora se acendeu de repente uma luz em mim! Deus tinha colocado de novo sua mão bem pesada sobre seu povo e compreendi que a sorte desse povo era também a minha’, e ‘o que se poderia dizer a mim para consolo? Consolo humano certamente não há, mas quem coloca a cruz como passagem para a vida, entende que o peso se torna suave e leve’. Não há cristianismo verdadeiro, genuíno, sem participar, de algum modo, no mistério da Cruz. Os santos compreenderam essa realidade, e a Cruz os eleva até os cumes do amor de Deus: dar a vida.
Edith Stein e a psicologia - Teoria e pesquisa
Livro organizado por Miguel Mahfoud e Marina Massimi. Prefácio de Angela Ales Bello
Se há algo que entusiasma os filósofos, é a articulação entre teoria e práxis, numa mútua fecundação em que o trabalho do pensamento ilumina a ação, e a ação, por sua vez, nutre e testa o pensamento. Na obra O problema da empatia, Edith Stein esclarece que, embora se fale de “sentimentos empatizados”, a análise fenomenológica da empatia não deve ser confundida com uma investigação genético-psicológica do processo empático, pois uma investigação desse tipo já pressupõe aquilo que procura descrever.
A análise fenomenológica, ao contrário, deve investigar justamente aquilo que é pressuposto nas explicações genético-psicológicas, ou seja, o fenômeno na sua essência pura, livre de todos os elementos contingentes que o determinarão no seu devir histórico. Com base nessa distinção metodológica, Edith concebe a tensão positiva que caracteriza a relação entre a fenomenologia e a psicologia: a psicologia, concebida idealmente, deve partir da fenomenologia, ou seja, deve oferecer sua abordagem específica para os fenômenos investigados pela fenomenologia, ao mesmo tempo em que esta não pode ingerir na esfera de competência da psicologia. Tensão, portanto, sem antagonismo, fazendo vibrar os acordes próprios de cada abordagem, na composição de uma mesma melodia.
Um exemplo vivo desse procedimento concebido por Edith Stein é o trabalho realizado já há algum tempo por pesquisadores brasileiros, num trabalho interdisciplinar que conseguiu a proeza de articular diferentes instituições de pesquisa num âmbito muito além do mero debate intelectual. Esse grupo de pesquisadores não é pequeno, e se foi formando com lucidez e coragem em torno dos professores Miguel Mahfoud, do Departamento de Psicologia da UFMG, e Marina Massimi, do Departamento de Psicologia da USP de Ribeirão Preto. Em relação direta com Angela Ales Bello e Jacinta Turollo Garcia, Miguel e Marina abriram os ouvidos de seus departamentos para as ideias fenomenológicas, permitiram que essas ideias fossem gestadas em suas mentes e procederam a uma síntese prática em que fenomenologia, pesquisa e clínica entrelaçam-se e dão origem a uma forma concreta e nova de vincular teoria e práxis. Para este resenhista, vindo de um ambiente, digamos, eminentemente teórico, foi uma agradável surpresa conhecer o trabalho em psicologia feito pelos professores Miguel e Marina. Já conhecia o trabalho dos professores Gilberto Safra e Andrés Antunez, ambos do Instituto de Psicologia da USP, e Tommy Akira Goto, da Universidade Federal de Uberlândia. Quando ampliei meu contato e vi que a palheta de trabalhos tinha muito mais cores, foi encanto puro.
O livro Edith Stein e a psicologia – Teoria e pesquisa, organizado por Miguel Mahfoud e Marina Massimi, é a expressão cabal de um trabalho steiniano. Os próprios organizadores, na Introdução, assumem que o método fenomenológico permite apreender os fenômenos psicológicos em sua especificidade, sem reduzi-los às dimensões só corporal ou só espiritual, evitando também todo psicologismo. Além disso, seguem Edith exatamente no tocante ao fato de que a fenomenologia oferece conceitos operacionais para apreensão do fenômeno humano unitário. Como lembra Angela Ales Bello em seu instigante prefácio, “a estrutura do livro faria Edith Stein ficar cheia de alegria: ela teria visto realizado o seu projeto por parte de quem trabalha no âmbito da psicologia. Idealmente, o livro pertence a ela”.
Com efeito, a estrutura do livro segue um movimento steiniano: há três partes, sendo que a primeira estabelece fenomenologicamente os fundamentos da psicologia; a segunda trata da formação da pessoa; a terceira analisa casos compreendidos à luz do método fenomenológico. A primeira parte é de uma riqueza teórica inestimável. Parte de uma apresentação do nascimento da psicologia científica em sua relação com a concepção de psicologia de Husserl, passa pela concepção da psicologia como ciência da subjetividade e chega às apropriações steinianas do pensamento aristotélico-tomista.
A segunda parte é um híbrido de teoria e prática, concentrando-se na formação da pessoa humana e analisando o modo como algumas experiências de Edith Stein possuem homologias com experiências de outros autores, como Martin Buber, Karol Wojtyla e Luigi Giussani; nesse sentido, essa parte articula a primeira e a terceira. A terceira, por sua vez, é mais, digamos, “prática”, explorando casos ligados à experiência religiosa, educativa, da prática da luta, da elaboração pessoal da tradição e mesmo da metodologia da entrevista como acesso às vivências. O leitor, ao final do livro, dá-se ainda mais conta do porquê do percurso, pois as experiências analisadas na terceira parte remetem à primeira, à fundamentação teórica, fechando um ciclo virtuoso em que o sentido que se revela no fim mostra ser o mesmo que agia desde o começo.
A segunda parte é um híbrido de teoria e prática, concentrando-se na formação da pessoa humana e analisando o modo como algumas experiências de Edith Stein possuem homologias com experiências de outros autores, como Martin Buber, Karol Wojtyla e Luigi Giussani; nesse sentido, essa parte articula a primeira e a terceira. A terceira, por sua vez, é mais, digamos, “prática”, explorando casos ligados à experiência religiosa, educativa, da prática da luta, da elaboração pessoal da tradição e mesmo da metodologia da entrevista como acesso às vivências. O leitor, ao final do livro, dá-se ainda mais conta do porquê do percurso, pois as experiências analisadas na terceira parte remetem à primeira, à fundamentação teórica, fechando um ciclo virtuoso em que o sentido que se revela no fim mostra ser o mesmo que agia desde o começo.
Para concluir, vale dizer uma palavra sobre a importância do trabalho expresso no livro: no contexto acadêmico não é comum que filósofos trabalhem em conjunto com psicólogos, nem que psicólogos estudem filosofia. Infelizmente, foi-se o tempo em que se tentavam sínteses entre pensamentos filosóficos e práticas clínicas. Gente como Lacan leitor de Hegel é algo quase inexistente nesses tempos de hegemonia do positivismo científico inclusive nas ciências humanas. Na Alemanha, Axel Honneth tem falado de Winnicott, mas não exatamente na tensão metodológica concebida por Edith Stein. No Brasil, há o trabalho de Zeljko Loparic, que lê a escola inglesa de psicanálise com lentes heideggerianas. O trabalho do grupo que se formou em torno de Miguel Mahfoud e Marina Massimi, pondo em movimento o pensamento de Edith Stein, é, portanto, de forte significação para o contexto atual. Concretiza um ideal de pesquisa, seja na academia seja na clínica, que merece ser fortalecido e divulgado.
Edith Stein: a palavra da Cruz
Duas foram as dimensões que animaram a vida desta filósofa, santa e mártir do século XX: a profunda demanda da verdade e a força da Cruz, ou melhor, a verdade enformada pela radicalidade da cruz, que é para uns loucura e para outros sabedoria e poder de Deus.
Nas suas palavras: «Uma ‘Scientia Crucis’ podemos obtê-la somente quando somos capazes de seguir a Cruz até ao fundo. Disto fui persuadida desde o primeiro momento e disse de coração: “Ave crux, spes unica”».
Edith Stein nasceu de uma família judaica no dia 12 de Outubro de 1891, em Breslau, Alemanha, sendo a mais nova dos onze filhos de Siegfried com Auguste. Todavia, quatro dos seus irmãos morreriam ainda na infância e o seu pai, Siegfried, falecia quando Edith tinha apenas dois anos, ficando a sua mãe Auguste a tomar conta da família.
Embora fosse sempre excelente aluna, aos 14 anos comunicou aos professores, que se lhe opuseram, e à família que iria abandonar os estudos. Foi então viver para Hamburgo com a irmã Else. Durante esse tempo afastou-se cada vez mais do “Deus de Abraão, de Isaac e Jacob”. De tal maneira se distanciou que, livre e conscientemente, decidiu não rezar mais, embora a habitasse um desejo profundo pela verdade.
O seu propósito de deixar de estudar não durou muito e passado um ano voltou para Breslau e para o colégio. Simpatizante dos movimentos femininos da época, Edith termina o bacharelato no colégio em 1911, tornando-se uma das primeiras universitárias da Alemanha.
Considerando-se ateia, que o foi durante dez anos, estudou germânicas, história e psicologia. Mas desiludida com esta ciência, ruma em 1913 para Göttingen, onde ensinava o fundador da fenomenologia, Edmund Husserl, do qual se tornaria discípula e depois assistente. Aí conhece Max Scheler e Adolf Reinach, discípulos daquele. Neste círculo começa a estudar filosofia e fica impressionada com a objectividade da fenomenologia e com o seu método para conhecer a verdade, que a própria tanto desejava.
Em 1915 Edith conclui a licenciatura, mas a 1.ª Guerra Mundial estava em pleno desenvolvimento, por isso interrompe a sua carreira académica e oferece-se como voluntária num hospital militar. Encerrado este, acompanha Husserl para a Universidade de Freiburg, onde recebe o doutoramento em 1916 com uma tese sobre a “Empatia”, sendo-lhe atribuída a nota de “summa cum laude’”. Torna-se a primeira mulher doutorada em filosofia da Alemanha.
O tempo da guerra marcará ainda a vida de Edith. Depois da morte em combate do amigo Reinach, vem a conhecer a sua mulher, que a impressiona pela calma e paz, tudo porque a sua força lhe vinha da fé em Jesus e da sua cruz, como ela mesma havia confessado a Edith.
Stein começa a ler o Novo Testamento e no ano de 1918 separa-se de Husserl por considerar que a sua filosofia se torna mais cada vez mais estreita. Volta a Breslau e sucede a Martin Heidegger na universidade. Edith tenta uma cátedra em filosofia mas nunca lhe foi dada; e mesmo Husserl e Heidegger a criticam por tal pretensão, pois era mulher.
Em 1920 dá-se um acontecimento decisivo para a conversão de Edith Stein. Ela que se encontrava em crise por não encontrar o sentido último da sua vida, vai passar férias com uma amiga católica, Hedwig. Estando uma tarde só em casa dela, retirou da estante a biografia de Santa Teresa de Jesus. Leu-a numa noite e no fim concluiu que estava diante da verdade.
Posteriormente comprou um catecismo católico, o qual estudou com afinco, e após participar na missa pediu a um padre para receber o baptismo. Alguns meses mais tarde, no dia 1 de Janeiro de 1922, era baptizada Edith Stein.
Deseja entrar no Carmelo mas por conselho de alguns amigos sacerdotes, e por respeito à mãe, não o faria de imediato. Nos anos seguintes tornou-se professora no colégio das dominicanas, em Speyer. Nesse tempo traduz as cartas e os diários de Newman, além de São Tomás de Aquino. Desta maneira, mudava o seu pensamento filosófico e aproximava-se cada vez mais e com mais profundidade do cristianismo.
No ano de 1932 Edith Stein é chamada para leccionar no Instituto Alemão de Pedagogia Científica, em Munique, mas alguns meses mais tarde, com a subida de Hitler ao poder, foi demitida, pois era público a sua ascendência judaica. Edith Stein viu no acontecimento o momento oportuno para entrar finalmente no Carmelo, o que veio acontecer no dia 15 de Outubro de 1933, recebendo o nome Teresa Benedita da Cruz.
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