quinta-feira, 10 de abril de 2014

Santa Catarina de Sena 29 de Abril

Santa Catarina de Sena   -  1347-1380

Catarina era apenas uma irmã leiga da Ordem Terceira Dominicana. Mesmo analfabeta, talvez tenha sido a figura feminina mais impressionante do cristianismo do segundo milênio. Nasceu em 25 de março de 1347, em Sena, na Itália. Seus pais eram muito pobres e ela era uma dos vinte e cinco filhos do casal. Fica fácil imaginar a infância conturbada que Catarina teve. Além de não poder estudar, cresceu franzina, fraca e viveu sempre doente. Mas, mesmo que não fosse assim tão debilitada, certamente a sua missão apostólica a teria fragilizado. Carregava no corpo os estigmas da Paixão de Cristo.


Desejando seguir o caminho da perfeição, aos sete anos de idade consagrou sua virgindade a Deus. Tinha visões durante as orações contemplativas e fazia rigorosas penitências, mesmo contra a oposição familiar. Aos quinze anos, Catarina ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Durante as orações contemplativas, envolvia-se em êxtase, de tal forma que só esse fato possibilitou que convertesse centenas de almas durante a juventude. Já adulta e atuante, começou por ditar cartas ao povo, orientando suas atitudes, convocando para a caridade, o entendimento e a paz. Foi então que enfrentou a primeira dificuldade que muitos achariam impossível de ser vencida: o cisma católico.
Dois papas disputavam o trono de Pedro, dividindo a Igreja e fazendo sofrer a população católica em todo o mundo. Ela viajou por toda a Itália e outros países, ditou cartas a reis, príncipes e governantes católicos, cardeais e bispos, e conseguiu que o papa legítimo, Urbano VI, retomasse sua posição e voltasse para Roma. Fazia setenta anos que o papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas.

Outra dificuldade, intransponível para muitos, que enfrentou serenamente e com firmeza, foi a peste, que matou pelo menos um terço da população européia. Ela tanto lutou pelos doentes, tantos curou com as próprias mãos e orações, que converteu mais algumas centenas de pagãos. Suas atitudes não deixaram de causar perplexidade em seus contemporâneos. Estava à frente, muitos séculos, dos padrões de sua época, quando a participação da mulher na Igreja era quase nula ou inexistente.

Em meio a tudo isso, deixou obras literárias ditadas e editadas de alto valor histórico, místico e religioso, como o livro "Diálogo sobre a Divina Providência", lido, estudado e respeitado até hoje. Catarina de Sena morreu no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Foi declarada "doutora da Igreja" pelo papa Paulo VI em 1970. 

Para qualquer lado me volte, só encontro um
grande amor.
Impossível achar desculpas para não amar porque Tu, Homem-Deus, me amaste antes que eu Te amasse. Eu não existia, e me criaste.
Em Ti encontro tudo quanto desejo. Tudo encontro em Ti, menos o pecado. Sendo uma privação, o pecado não existe em Ti, nem é digno de ser amado.
Se desejamos amar a Deus, em Ti achamos a inefável Deidade; se queremos amar o homem, és o homem em que posso conhecer a Pureza sem preço. Se desejo amar um senhor, és o Senhor e com Teu sangue pagaste o preço da nossa escravidão ao pecado.
Ó Deus eterno, por tua bondade e imenso amor és nosso Senhor, Pai e irmão. O Verbo, Teu Filho, conhecendo e cumprindo a Tua vontade, quis derramar seu sangue no salutífero madeiro da cruz em favor da nossa miséria.
Ó Deidade, és a suprema sabedoria; e eu, uma criatura ignorante e pobre; és a suprema e eterna bondade; e eu sou a morte, Tu a vida; eu as trevas, Tu a luz; eu a tolice, Tu a sabedoria; Tu o infinito, eu o finito; eu a enferma, Tu o médico; eu, uma frágil pecadora que jamais Te amou; és a beleza puríssima, eu uma sujíssima criatura.
Por inefável amor, Tu me fizeste sair de Ti.
Por gratuidade, sem nenhum merecimento, Tu nos atrais sob a condição de que nos deixemos atrair, isto é, que nossa vontade não se oponha à Tua.
Ai de mim! Pequei, Senhor, tem compaixão de mim!

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