quinta-feira, 10 de abril de 2014

Santa Madalena de Canossa

10 de Abril - Santa Madalena de Canossa



Madalena Gabriela Canossa nasceu no dia 1º de março de 1774 na cidade italiana de Verona, que pertencia à sua nobre e influente família. Seu pai faleceu quando tinha cinco anos. Sua mãe abandonou os filhos para se casar novamente. As crianças foram entregues aos cuidados de uma péssima instituição e Madalena adoeceu várias vezes. Por essas etapas dolorosas, Deus a guiou por estradas imprevisíveis.



Aos dezessete anos, desejou consagrar sua vida a Deus e por duas vezes tentou a experiência do Carmelo. Mas sentiu que não era esta a sua vida. Retornou para a família, guardando secretamente no coração a sua vocação. No palácio, aceitou a administração do vasto patrimônio familiar, surpreendendo a todos com seu talento para os negócios. Entretanto, nunca se interessou pelo matrimônio.

Os tristes acontecimentos do século, políticos, sociais e eclesiais, marcados pelas repercussões da Revolução Francesa, bem como as alternâncias dos vários imperadores estrangeiros na região italiana, deixavam os rastros na devastação e no sofrimento humano, enchendo a sua cidade de pobres e menores abandonados.



Em 1801, duas adolescentes pobres e abandonadas pediram abrigo em seu palácio. Ela não só as abrigou como recolheu muitas outras. Pressentiu que este era o caminho do espírito e descobriu no Cristo Crucificado o ponto central de sua espiritualidade e de sua missão. Abriu o palácio dos Canossa e fez dele não uma hospedaria, mas uma comunidade de religiosas, mesmo contrariando seus familiares.

Sete anos depois, superou as últimas resistências de sua família, deixando em definitivo o palácio. Madalena foi para o bairro mais pobre de Verona, para concretizar seu ideal de evangelização e de promoção humana, fundando a congregação das Filhas da Caridade, para a formação de religiosas educadoras dos pobres e necessitados. Seguindo o exemplo de Maria, a Mãe Dolorosa, ela deixou que o espírito a guiasse até os pobres de outras cidades italianas. Em poucos anos as fundações se multiplicaram, e a família religiosa cresceu a serviço de Cristo.

Madalena escreveu as Regras da Congregação das Filhas da Caridade em 1812, as quais, após dezesseis anos, foram aprovadas pelo papa Leão XII. Mas só depois de várias tentativas mal-sucedidas Madalena conseguiu dar andamento para a Congregação masculina, como havia projetado inicialmente. Foi em 1831, na cidade de Veneza, o primeiro oratório dos Filhos da Caridade para a formação cristã dos jovens e adultos.



Ela encerrou sua fecunda existência terrena numa Sexta-Feira da Paixão. Morreu em Verona, assistida pelas Filhas, no dia 10 de abril de 1835. As congregações foram para o Oriente em 1860. Atualmente, estão presentes nos cinco continentes e são chamados de irmãs e irmãos canossianos. Em 1988, o papa João Paulo II proclamou-a santa Madalena de Canossa, determinando o dia de sua morte para seu culto litúrgico.


10 de Abril

Bem-Aventurada Madalena de Canossa

Descendente da família que deu nome ao afamado Castelo de Canossa, onde o imperador Henrique IV se penitenciou perante o Papa Gregório VII, Madalena Gabriela de Canossa foi uma mulher sofrida mas de surpreendente atividade caritativa.
O melhor elogio desta mulher forte foi feito pelo imperador Napoleão Bonaparte, que chamou Madalena de Canossa de ‘Anjo de Caridade’.
Nasceu Madalena no Vêneto, Itália, em 1774.
Ficou órfã de pai na idade de cinco anos, e a mãe, querendo passar para segundas núpcias, confiou a menina a pessoas estranhas que a formaram na mais rígida educação francesa.
Madalena sentiu muito a ausência do afeto materno, contudo, adaptou-se ao novo ambiente procurando compensação nos estudos e na piedade cristã.
De fato, seu coração demonstrou logo marcados pendores para as coisas divinas, cultivando, sobretudo, as obras de caridade em favor dos mais pobres.
Jovem linda, inteligente recusou abraçar o estado conjugal e, em seu anseio de cultivar sua vida espiritual mais intensamente, ingressou entre as Irmãs Carmelitas de Corneliano, no Vêneto. Duas vezes foi admitida, mas não conseguiu perseverar; as asas de sua espiritualidade batiam em ritmo diverso do espírito de Santa Teresa, fundadora do Carmelo.
Madalena voltou ao seio da família, ocupou-se na vida doméstica, transformando espiritualmente a sua casa numa igreja-convento.
Ao chegar à idade de trinta e três anos manifestou-se nela a vocação definitiva, amadurecida na oração e provada nas mortificações.
A Europa, no início do século passado, vivia uma época de convulsões políticas e sociais, devastada pelas guerras napoleônicas. Conseqüências imediatas das guerras eram as misérias, os marginalizados, os órfãos, as viúvas e as epidemias a dizimar cada vez mais a população.
Neste ambiente de desolação, Madalena sentiu a voz de Deus, o apelo da caridade cristã. Obrigada pela guerra a deixar Verona, Madalena foi para a cidade de Veneza e aí iniciou suas obras de filantropia cristã.
Pobres, desabrigados, órfãos, doentes, feridos da guerra, atacados pela peste assoladora, formavam o quadro desolador que exigia dela o máximo de caridade.
Ao seu lado, arrastadas pelo seu heróico exemplo, outras jovens e piedosas mulheres deram-se à obra de assistência. Contudo, Madalena, querendo melhor organizar os serviços de caridade, pensou em fundar uma congregação que tomou o nome de ‘Filhas da Caridade’. Esta instituição dedicou-se a todas as obras de caridade conforme a urgência e a emergência exigiam, inclusive, a assistência às jovens abandonadas expostas à difamação. Madalena empenhou todos os seus bens nestas obras assistenciais e educativas.
Como todas as obras de Deus, também a Instituição de Madalena foi peneirada pelas provações, mas venceu, sobreviveu, estendeu-se em quase toda a Itália ainda em vida da fundadora e, depois da morte dela, cruzou os confins da Itália e da Europa e, atualmente, conta com 4.500 membros.
A Instituição teve a aprovação dos Papas Pio VII e Leão XII.

Foram trinta anos de exaustiva dedicação de Madalena de Canossa ao serviço caridoso de aliviar as misérias humanas, sem descuidar de sua vida espiritual interior, que cultivou com afinco e firmeza. Sua morte, que se deu aos 10 de abril de 1835, foi pranteada não apenas pelas irmãs de religião mas pelos milhares de assistidos pelo grande coração de mãe que foi o de Madalena Gabriela de Canossa já de posse do prêmio eterno. 

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