
A Alemanha só concedeu este título à doze
mulheres na última metade do século XX. Em 1921, ela leu a autobiografia de
Santa Teresa D´Ávila. Tocada pela luz da fé, se converteu e foi batizada, em
1922. Mas, a mãe e os irmãos nunca compreenderam ou aceitaram sua adesão ao
catolicismo. A exceção foi sua irmã Rosa, que se converteu e foi batizada no
seio da Igreja, após a morte da mãe, em 1936. Edith Stein começou a servir a
Deus com seus talentos acadêmicos. Lecionou numa escola dominicana, foi
conferencista em Instituições Católicas e finalizou como catedrática numa
universidade alemã. Em 1933, chegavam ao poder: Hitler e o partido nazista.
Todos os professores não-arianos foram demitidos. Por se recusar a sair do
país, os superiores da Ordem do Carmelo a aceitaram como noviça. Em 1934, tomou
o hábito das carmelitas e o nome religioso de Teresa Benedita da Cruz. A sua
família não compareceu à cerimônia. Quatro anos depois, ela realizou sua
profissão solene e perpétua recebeu o definitivo hábito marrom das carmelitas,
na época, sua mãe já havia falecido. A perseguição nazista aos judeus alemães
se intensificou e Edith foi transferida para o Carmelo de Echt, na Holanda. Um
ano depois, sua irmã Rosa foi se juntar a ela neste
Carmelo holandês, pois
desejava seguir a vida religiosa. Foi aceita no convento, mas permaneceu como
irmã leiga carmelita, não pode professar os votos religiosos, o momento era
desfavorável aos judeus, mesmo para os convertidos cristãos. A Segunda Guerra
Mundial iniciou e a expansão nazista se alastrou pela Europa e pelo mundo. A
Holanda foi invadida e anexada ao Reich Alemão em 1941. A família de Edith
Stein se dispersou, alguns emigram e outros desapareceram nos campos de
concentração. Os superiores do Carmelo de Echt tentaram transferir Edith e
Rosa, para um outro na Suíça. Mas as autoridades civis de lá não facilitaram e
a burocracia se arrastou indefinidamente. Em julho de 1942, publicamente os
Bispos holandeses emitiram sua posição formal contra os nazistas e em favor dos
judeus. Hitler considerou uma agressão da Igreja Católica local e revidou. Em
agosto, dois oficiais nazistas levaram Edith e sua irmã Rosa, do Carmelo de
Echt. Neste dia, outros duzentos e quarenta e dois judeus católicos foram
deportados para os campos de concentração, como represália do Regime Nazista à
mensagem dos Bispos holandeses. As duas irmãs foram levadas em um comboio de
carga, junto com outras centenas de judeus e dezenas de convertidos, ao norte
da Holanda no campo de Westerbork. Ali, Edith Stein, ou a “freira alemã” como a
identificaram os sobreviventes, se diferenciou muito dos outros prisioneiros
que se entregaram ao desespero, lamentações ou prostração total. Ela procurava
consolar os mais aflitos, levantar o ânimo dos abatidos e cuidar do melhor modo
possível, das crianças. Assim ela viveu alguns dias, suportando com doçura,
paciência e conformidade a vontade de Deus, seu intenso sofrimento e dos
demais. No dia 07 de agosto de 1942, Edith Stein, Rosa e centenas de homens,
mulheres e crianças, foram de trem para o campo de extermínio de
Auschwitz-Birkenau. Dois dias depois, em 09 de agosto, foram mortas na câmara
de gás e
tiveram seus corpos queimados. A Irmã carmelita Teresa Benedita da
Cruz foi canonizada em Roma, em 1998, pelo Papa João Paulo II, que indicou sua
festa para o dia de sua morte. Esta solenidade contou com a presença de
personalidades ilustres, civis e religiosos, da Alemanha e Holanda, além de
alguns sobreviventes dos campos de concentração que a conheceram e de vários
membros da família Stein. No ano seguinte, o mesmo Sumo Pontífice declarou
Santa Edith Stein “co-padroeira da Europa”, junto com Santa Brígida e Santa
Catarina de Sena.
http://cleofas.com.br/0908-santa-edith-stein/
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