Santa Hildegarda de
Bingen, em alemão Hildegard von Bingen (Bermersheim vor der Höhe, verão de 1098 — Mosteiro de Rupertsberg,17 de
setembro de 1179), foi uma monja beneditina, mística, teóloga, compositora, pregadora, naturalista, médica informal, poetisa, dramaturga e escritora alemão, e mestra do Mosteiro de Rupertsberg em Bingen am Rhein, na Alemanha. Foi proclamada pelo Papa Bento XVI, em carta apostólica de 7 de outubro de 2012, Douora da Igreja Universal.
Personalidade
muito citada mas de fato pouco conhecida pelo grande público moderno, rompendo
as barreiras dos preconceitos contra as mulheres que
existiam em seu tempo, se tornou respeitada como uma autoridade em assuntos
teológicos, louvada por seus contemporâneos em altos termos. Hoje é considerada
uma das figuras mais singulares e importantes do século XII europeu, e suas
conquistas têm poucos paralelos mesmo entre os homens mais ilustres e eruditos
de sua geração. Seus vários e extensos escritos mostram que ela possuía uma
concepção mística e integrada do universo,
ainda que essa concepção não excluísse o realismo e encontrasse no mundo muitos
problemas. A solução para eles, de acordo com suas ideias, devia advir de uma
união cooperativa e harmoniosa entre corpo e espírito,
entre naureza, vontade humana
e graça divina.
Mas não tentou inaugurar uma nova corrente de pensamento religioso; sempre
permaneceu fiel à ortodoxia do Catolicismo,
e combateu as heresias e a corrupção do clero. Quis acima de tudo
desvelar para seus semelhantes os mistérios da religião,
do cosmos,
do homem e
da natureza. Para ela o universo era a resposta para as dúvidas da humanidade,
e a humanidade era a resposta para o enigma do universo.
Mas, como ela
escreveu, se a humanidade não fizesse a pergunta, o Espirito Santo não poderia respondê-la. Foi
a primeira de uma longa série de mulheres influentes tanto na religião como na
política, e um representante típico da aristocracia cultural
beneditina. Orgulhosa de pertencer a uma elite social e espiritual, mostrou-se no
entanto humilde e submissa a Deus.
Além de mística, teóloga e pregadora, foi poetisa e compositora talentosa, deixando obra de vulto e original. Também fez muitas observações da natureza com uma objetividade científica até então desconhecida, especialmente sobre as plantas medicinais, compilando-as em tratados onde abordou ainda vários temas ligados à medicina e ofereceu métodos de tratamento para várias doenças. Seus primeiros biógrafos a mencionaram como santa e lhe atribuíram alguns milagres, em vida e logo após a sua morte. Abriu-se um processo de canonização, mas sua causa parou na beatificação. Entretanto, em 1584, sem cerimônia oficial, seu nome foi incluído no Martirológio Romano como santa. Em 2012 o papa Bento XVI reafirmou oficialmente sua santidade e a proclamou Doutora da Igreja. Seu dia é festejado em muitas dioceses alemãs. Depois de um longo período de obscuridade, sua vida e obra vêm recebendo atenção crescente desde a segunda metade do século XX; seus escritos começaram a ser traduzidos para várias línguas, muitos livros e ensaios já lhe foram dedicados e foram feitas diversas gravações com sua música.